"Estamos a trabalhar noutros pacotes de sanções, que no momento não incluem o setor de energia, e acima de tudo estamos a trabalhar para tentar limitar a possibilidade de contornar essas sanções", disse hoje o italiano Paolo Gentiloni, em Milão (norte da Itália), durante o Congresso do Fórum Ambrosetti.
Gentiloni explicou que Bruxelas e Washington criaram um grupo para "trabalhar no património dos oligarcas, na conversão de rublos, para evitar que essas sanções já tão importantes sejam contornadas. Há poucos dias, os Estados Unidos colocaram na mesa outras pacotes direcionados a tecnologias e ligadas à indústria militar russa, e esse é um caminho que a UE pode seguir".
Sobre a influência da guerra na economia europeia, Gentiloni disse que será limitada.
"Certamente teremos uma desaceleração do crescimento, um impacto desta nova crise, mas não estamos destinados a um caminho de crescimento negativo ou recessão", referiu.
"Temos uma previsão para a Europa de 4%, para a Itália 4,2%, essas são as previsões para janeiro. No dia 16 de maio apresentarei as novas previsões europeias. Haverá uma desaceleração do crescimento, certamente que os atuais 4% na Europa são otimistas e não chegaremos lá", frisou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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