Cerca de 10.000 pessoas marcharam, segundo os organizadores, formando uma floresta de bandeiras com as cores da Ucrânia (azul e amarelo) e outras com as cores do arco-íris, todas a favor da paz.
Nos cartazes podia ler-se: "Sou russo, sou contra a guerra. Putin é um assassino", ou "sou russo, apoio a Ucrânia".
"Somos todos civis ucranianos", podia ver-se numa faixa que segurava uma mulher vestida com um casaco de inverno e um gorro de lã, dirigindo-se para a sede do Doverno e do parlamento suíços.
Segundo Benoit Gaillard, funcionário da União dos Sindicatos Suíços, esta ação é um forte sinal: "Conseguimos mostrar que esta guerra não deixa ninguém indiferente, mesmo depois de quase 40 dias de conflito".
"Precisamos que todos se solidarizem connosco", explicou à AFP Hanna Perekhoda, estudante ucraniana da Universidade de Lausanne e membro do comité de apoio Suíça-Ucrânia, referindo que "a Ucrânia protege a Europa, protege a democracia e o mundo contra a ditadura autoritária de Vladimir Putin".
De acordo com os organizadores, o objetivo da manifestação é o de pressionar a Suíça a envolver-se mais ativamente nos esforços para alcançar um cessar-fogo e para se conseguir a retirada completa dos militares russos,
Os manifestantes também exigiram mais apoio para os refugiados ucranianos, novas sanções contra a Rússia e a redução das importações da Rússia.
A Suíça não faz parte da União Europeia (UE), mas tem uma longa tradição de neutralidade.
O país, no entanto, aderiu às sanções decididas pela UE contra os oligarcas e políticos russos.
Em março deste ano, a Suíça congelou o equivalente a 5.600 milhões de euros em ativos pertencentes a russos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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