"Estamos horrorizados com as imagens das cidades (ucranianas) que nos chegam de Busha, Irpin e Hostomel, com centenas de civis assassinados", escreveu hoje a primeira-ministra moldava, Natalia Gavrilita na plataforma digital Facebook.
"O dia 04 de abril foi decretado, pela presidente Maia Sandu, dia de luto nacional em memória de todas as vítimas inocentes que já se perderam nos últimos 39 dias na Ucrânia", acrescenta Gavilita, que lidera, desde agosto, o governo "pró-europeu" e reformista da Moldova.
Maia Sandu, a chefe de Estado do país, também "pró-ocidental", condenou no domingo os "crimes contra a humanidade" supostamente cometidos pelas tropas russas nas cidades de Busha, Irpin e Hostomel, arredores de Kiev.
Com uma população de 2,6 milhões de habitantes e umas Forças Armadas diminutas, a Moldova faz fronteira com a Ucrânia e teme vir a ser um objetivo da agressão do regime de Moscovo.
A Moldova alcançou a independência no início dos anos 1990, com o colapso da União Soviética, mas as tropas da Rússia estabelecidas numa franja do território, com menos de meio milhão de habitantes, conhecida como Transnístria opuseram-se às autoridades moldavas e estabeleceram um novo estado independente e declararam uma república de facto.
A questão da Transnístria é considerada um "conflito congelado", termo militar que aponta uma situação de conflito que após uma crise ou uma guerra não foi inteiramente resolvida.
A Transnístria não está reconhecida internacionalmente como país, mas continua a existir como entidade separada da Moldova.
Calcula-se que um contingente de cerca de dois mil soldados russos se mantém permanentemente na Transnístria, o que faz com que os políticos da Moldova demonstrem, geralmente, prudência em relação às posições face a Moscovo.
Tiraspol, a capital da Transnístria, encontra-se a apenas uma centena de quilómetros do porto ucraniano de Odessa, um dos objetivos da atual campanha do Kremlin, pelo que se teme que Moscovo mobilize as forças que se encontram na região em direção à Ucrânia.
O atual território da Moldova fez parte do Império Otomano até 1812 tendo depois a Rússia exercido poder na região (Bessarábia).
Em 1918, após o final da Grande Guerra, a Moldova integrou a Roménia, tal como ficou estabelecido nos Acordos de Paris (1920).
Depois do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Moscovo exerceu soberania sobre a Bessarábia, que, juntando o território da Transnístria, deu origem à República Socialista Soviética da Moldávia, até 1991.
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