Ucrânia. Mais de 11 milhões fugiram da guerra dentro ou para fora do país

Mais de 11 milhões de ucranianos fugiram das suas casas desde o início da invasão russa, entre os que deixaram o país e os que mudaram de região, anunciou hoje a Organização Internacional das Migrações (OIM).

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Lusa
05/04/2022 14:16 ‧ 05/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Segundo esta agência da ONU, que divulgou hoje a sua primeira avaliação completa das últimas três semanas, foram contabilizadas, até sexta-feira, mais de 7,1 milhões de pessoas deslocadas dentro da Ucrânia, ou seja, mais cerca de 600 mil do que há três semanas.

A este número de deslocados internos, soma-se o dos refugiados, que fugiram para outros países, que, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), ultrapassa os 4,24 milhões de pessoas.

A contabilização de 11 milhões de refugiados e deslocados (cerca de um quarto da população do país) mostra um aumento substancial em relação aos números divulgados pela OIM a meio de março, quando indicou que um total de 9,7 milhões de pessoas tinha fugido da guerra.

Além disso, acrescenta a OIM, mais de 2,9 milhões de outras pessoas estão a considerar ativamente "deixar os seus locais de residência habitual devido à guerra".

No seu relatório diário, o ACNUR dá conta de 4.244.595 refugiados até segunda-feira, o que representa uma subida de mais de 38 mil pessoas em relação aos dados de domingo.

"As pessoas continuam a fugir das suas casas por causa da guerra e as necessidades humanitárias no terreno continuam a crescer", alertou hoje o diretor-geral da OIM, António Vitorino.

Antes deste conflito, a Ucrânia contava com mais de 37 milhões de habitantes nos territórios controlados por Kiev - que não incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as regiões separatistas pró-Rússia, no leste da Ucrânia.

A OIM adianta ainda que cerca de 205.500 não-ucranianos também fugiram do país, enquanto a Unicef sublinhou que mais da metade das 7,5 milhões de crianças do país estão deslocadas internamente ou refugiadas.

A maior parte dos refugiados foi acolhida pela Polónia, que, desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, já recebeu 2.469.657 ucranianos, enquanto a Roménia deu entrada a 648.410 pessoas.

À Moldova, chegaram 396.448 ucranianos, enquanto a Hungria recebeu 394.728 refugiados e a Eslováquia 301.405 pessoas.

O número de refugiados na Rússia alcançava, a 29 de março (última data com dados disponíveis) as 350.632 pessoas, e a Bielorrússia acolheu, até domingo, 16.274 refugiados.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: UE quer proibir importação de carvão russo e transações com quatro bancos

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