O Papa Francisco condenou as “novas atrocidades” cometidas pela Rússia, “como o massacre de Bucha”, enquanto segurava uma bandeira da Ucrânia que lhe foi enviada diretamente da cidade localizada perto de Kyiv.
Além de reforçar as críticas que tem apontado à guerra e a Vladimir Putin, - sem nunca se referir diretamente ao nome do presidente russo - Francisco beijou a bandeira e pediu o fim do conflito.
“Em vez de nos trazerem alívio e esperança, as notícias mais recentes da guerra na Ucrânia trouxeram-nos novas atrocidades, como o massacre de Bucha”, disse o sumo pontífice, durante a sua audiência semanal na Cidade do Vaticano.
“Mais uma vez, um potentado [homem muito poderoso], tristemente apanhado em reivindicações anacrónicas de interesses nacionalistas, está a provocar e a fomentar conflitos, enquanto as pessoas comuns sentem a necessidade de construir um futuro que, ou será compartilhado, ou não será de todo", lamentou Francisco, que revelou que a bandeira que pegava tinha vindo “da guerra”, da “cidade martirizada” de Bucha”.
“A crueldade é cada vez mais horrível, mesmo contra civis, mulheres e crianças indefesas. São vítimas cujo sangue inocente grita para o céu e implora: ‘Parem com esta guerra!’”, afirmou.
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro. Os dados mais recentes da ONU, que alerta para a probabilidade e o número real de vítimas civis ser muito maior, indicam que a guerra já matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças. Além disso, a invasão provocou mais de 11 milhões de deslocados.
Na semana passada, o Papa admitiu que estava a considerar uma viagem a Kyiv, algo que já tinha sido pedido pelas autoridades locais.
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