"Se for necessário não tenho nenhum ressentimento pessoal para me reunir com ele (...). Estou preparado para me reunir com ele se nos ajudar a parar a guerra", disse Kuleba em conferência de imprensa, após ter mantido contactos em Bruxelas com representantes dos países da NATO.
No entanto, o ministro ucraniano precisou que, pelo que ouve "publicamente do senhor Lavrov", não está "otimista".
"Em cada um dos seus comentários, Lavrov está a prejudicar e a bloquear as negociações", afirmou.
"O facto de [Lavrov] justificar o bombardeamento de um hospital em Mariupol e as atrocidades em Bucha e os crimes de guerras em outras localidades e cidades da Ucrânia e os considera mentira, converte-o em cúmplice deste crime", acrescentou o chefe da diplomacia ucraniana.
O ministro também reiterou o pedido aos aliados de que aquilo que o seu país necessita são "armas, armas, armas", que devem ser enviadas o mais rapidamente possível.
"Para vencer a guerra, necessitamos sobretudo de armas (...). Dão-nos tudo o que necessitarmos e lutaremos pela nossa segurança e também para que o Presidente [russo, Vladimir Putin] não tenha ocasião de experimentar o artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte", apontou Kuleba, numa referência ao compromisso da NATO de entrar em cena em caso de ataque a um dos países da Aliança militar.
"Não tenho dúvidas de que a Ucrânia terá as armas necessárias para lutar", porque "a discussão não é sobre a lista de armamento, mas antes quando o teremos", assinalou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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