"As forças armadas do Mali realizaram uma operação militar bem-sucedida, durante a qual mais de 200 combatentes islâmicos foram mortos em Moura", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Todavia, outros testemunhos relataram a execução em massa de centenas de civis na operação militar em Moura.
"Gostaríamos de felicitar os malianos por esta importante vitória na luta contra a ameaça terrorista", destaca a nota.
O ministério russo qualificou de "desinformação" as alegações sobre o massacre de civis nesta aldeia no centro do Mali, bem como sobre o envolvimento de mercenários russos na operação, acusando o Ocidente de ter "encenado" uma campanha para "destacar o envolvimento de Moscovo em crimes de guerra".
A diplomacia russa refere ainda no comunicado que Moscovo "não é indiferente ao destino do povo maliano".
"Estamos ligados por relações tradicionalmente amistosas com este país", acrescentou, sublinhando: "Ajudamos os nossos amigos malianos e continuaremos a fazê-lo".
O Exército maliano e testemunhas ouvidas pela imprensa ou pela organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) apresentam versões diametralmente opostas dos acontecimentos ocorridos entre 27 e 31 de março em Moura, numa região que é um dos principais focos de violência do Sahel.
O Exército diz que "neutralizou" 203 combatentes islâmicos durante uma grande operação. As testemunhas citadas relatam uma massa de execuções sumárias de civis, estupros e saques cometidos por soldados malianos e combatentes estrangeiros supostamente russos.
A ONU exige uma investigação independente ao sucedido e lamenta a falta de resposta a este respeito por parte de Bamaco.
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