"Essa academia deve reformar os seus currículos e atualizar o seu corpo docente para iniciar com a formação da polícia de investigação, orientada para a resolução do problema de raptos e do terrorismo", disse hoje Nyusi.
O chefe de Estado falava durante uma cerimónia de graduação na Academia de Ciências Policiais (Acipol), em Maputo, fazendo menção ao facto de se capturarem rebeldes e, ainda assim, não haver respostas ao terrorismo no norte de Moçambique.
"Não podemos capturar sempre 50 a 100 pessoas no terrorismo e a resposta continuar sendo a mesma: [Eles] não dizem nada", lamentou o Presidente, reiterando que é necessário que se "aprimorem os métodos de investigação".
"Numa amostra de 100 pessoas, pelo menos três, quatro ou cinco têm de dizer [alguma coisa]", frisou.
A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Algumas cidades moçambicanas, principalmente a capital do país, voltaram a ser assoladas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente homens de negócios ou seus familiares.
O Presidente considera que o terrorismo e os raptos são ameaças que "exigem medidas fortes e técnicas específicas de atuação" para o seu combate.
Na cerimónia, Filipe Nyusi disse ainda que quer uma polícia "livre da corrupção e competente", que se orgulhe da missão que vai cumprir.
"Queremos agentes com uma mentalidade profissional", concluiu.
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