"O Médio Oriente está a passar por uma rápida transformação, cuja dimensão e impacto são incertos, mas que representa uma oportunidade histórica", afirmou Sigrid Kaag ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, referindo que "os povos da região podem sair deste período em paz, segurança e dignidade".
"Mas esta pode ser também a nossa última oportunidade de alcançar uma solução de dois Estados", alertou.
Neste contexto, segundo a mesma responsável, a colonização continuada na Cisjordânia, as operações militares israelitas nesse território palestiniano ocupado e "os apelos à anexação representam uma ameaça existencial à perspetiva de um Estado palestiniano viável e independente e, por conseguinte, à solução de dois Estados".
"O recomeço das hostilidades" em Gaza, onde um frágil cessar-fogo entre Israel e o Hamas está em vigor desde 19 de janeiro, deve "ser evitado a todo o custo", argumentou ainda Kaag, que apelou à conclusão de negociações sobre a segunda fase do acordo de tréguas.
Como a resolução do conflito só pode ser "política", a comunidade internacional deve garantir que "Gaza continua a ser parte integrante de um futuro Estado palestiniano" e da unificação de Gaza e da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, acrescentou.
Para a responsável, "não pode haver deslocação forçada", numa referência ao plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir o controlo de Gaza e retirar a população do território.
"Os palestinianos devem poder retomar as suas vidas, reconstruir e construir um futuro para Gaza", defendeu.
Uma primeira estimativa rápida das Nações Unidas, do Banco Mundial e da União Europeia a reconstrução de Gaza deve ascender a 53 mil milhões de dólares (cerca de 50,5 mil milhões de euros) devido à ofensiva israelita em represália ao ataque do Hamas a 07 de outubro de 2023.
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