Com a decisão, Trump põe fim a uma suspensão de um mês sobre os impostos de importação planeados que poderiam potencialmente prejudicar o crescimento económico e agravar a inflação.
"Estamos a tempo com as tarifas, e parece que estão a avançar muito rapidamente", disse o Presidente dos Estados Unidos numa conferência de imprensa na Casa Branca com o homólogo francês, Emmanuel Macron.
Ao mesmo tempo que respondia a uma pergunta específica sobre os impostos a serem cobrados ao Canadá e México, Trump também enfatizou de forma mais ampla que as tarifas "recíprocas" pretendidas estavam programadas para começar já em abril.
"As tarifas estão a avançar a tempo, dentro do prazo", disse o Presidente norte-americano.
Trump tem afirmado que outros países cobram impostos de importação injustos que têm sido aplicados à custa da produção nacional e do emprego.
As ameaças quase constantes de Trump de aplicação de direitos aduaneiros já suscitaram preocupações entre as empresas e os consumidores quanto a um abrandamento económico e à aceleração da inflação.
No entanto, o Presidente norte-americano afirma que as taxas de importação acabarão por gerar receitas para reduzir o défice orçamental federal e criar novos empregos para os trabalhadores.
"O nosso país voltará a ser extremamente líquido e rico", afirmou.
Na segunda-feira, numa entrevista no programa "Special Report", da Fox News, Macron disse que esperava ter convencido Trump a evitar uma possível guerra comercial, observando a dificuldade de enfrentar um aliado tradicional como a Europa e, ao mesmo tempo, usar tarifas para desafiar o poder industrial da China.
"Não precisamos de uma guerra comercial. Precisamos de maior prosperidade juntos", disse Marcon.
A maioria dos economistas diz que o custo dos impostos pode ser suportado em grande parte por consumidores, retalhistas e fabricantes, como empresas da indústria automóvel que se abastecem globalmente e dependem de matérias-primas como aço e alumínio, que Trump já está, separadamente, a tarifar a 25%.
Ainda assim, a Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, mostrou-se na segunda-feira confiante de que a sua administração chegaria a acordos com o Governo dos Estados Unidos antes do prazo estabelecido por Trump.
"Teremos de chegar a acordos importantes até à próxima sexta-feira. Em todas as questões há comunicação e o que precisamos é de concluir este acordo e acredito que estamos em condições de o fazer", disse Sheinbaum aos jornalistas na manhã de segunda-feira, antes das declarações de Trump.
Se necessário, a Presidente mexicana disse que tentará falar mais uma vez diretamente com Trump.
Em discussões de alto nível entre os dois governos, o México insistiu que os Estados Unidos também analisem a distribuição e o consumo de drogas no seu próprio país, em vez de apontar apenas para a produção no México, disse Sheinbaum.
Empresas como a Walmart alertaram sobre a incerteza, enquanto o último índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan caiu cerca de 10% no mês passado, em parte devido a temores sobre tarifas e agravamento da inflação.
Na eleição presidencial de 2024, os eleitores apoiaram Trump na crença de que poderia esfriar a inflação, que atingiu um pico de quatro décadas após a pandemia de covid-19 durante o mandato do ex-presidente democrata Joe Biden.
Mas Trump tem ameaçado persistentemente com tarifas e manteve esses apelos, mesmo quando Macron, ao seu lado, sugeriu que as conversações sobre comércio tinham produzido algum terreno comum.
"Queremos assumir um compromisso sincero com uma concorrência justa, onde tenhamos um comércio suave e mais investimentos", disse Macron na conferência de imprensa, de acordo com uma tradução das suas declarações em francês.
Macron disse que a ideia é ajudar os Estados Unidos e a Europa a prosperar, afirmando que as respetivas delegações irão realizar mais conversações para concretizar as suas ideias.
Os investidores, as empresas e o público em geral ainda estão a tentar determinar se Trump está apenas a ameaçar com tarifas como uma ferramenta de negociação ou se apoia sinceramente os aumentos de impostos como forma de compensar os seus planeados cortes no imposto sobre o rendimento.
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