Macron e Le Pen devem empenhar-se mais na campanha, diz analista
A campanha da segunda volta das eleições presidenciais em França vai ser "dura", com os dois candidatos -- Emmanuel Macron e Marine Le Pen -- a terem de compensar a ausência de empenho até agora revelada, segundo uma analista.
© REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo
Mundo Presidenciais francesas
Tara Varma, chefe do escritório de Paris do Conselho Europeu de Relações Internacionais, acredita que a segunda volta das presidenciais francesas vai apresentar aos eleitores "duas plataformas programáticas muito diferentes sobre política externa", bem como ideias distintas sobre soberania europeia, o papel da NATO e migração.
Varma lembrou que Le Pen - a candidata de extrema-direita que ficou em segundo lugar na primeira volta das presidenciais -- apresentou, já esta noite, no seu discurso de noite eleitoral, parte do seu programa para a segunda volta.
"Ela disse que tem ambições elevadas para a democracia, a economia e a ecologia, bem como sobre questões sociais como poder de compra, saúde e habitação", explicou Tara Varma, em declarações hoje divulgadas.
Dessa forma, diz Varma, Le Pen "estendeu a mão à esquerda", desafiando Macron num terreno de temas políticos que tem sido particularmente difícil para o Presidente em exercício.
A analista sénior do Conselho Europeu de Relações Internacionais salienta que Macron parece preferir insistir nas suas prioridades políticas dos últimos anos: uma França "independente e forte" na ciência, na tecnologia, na defesa, na agricultura.
"Macron defende uma França mais justa, o Estado social reforçado", destaca Varma, recordando os temas favoritos do Presidente: educação, pensões, saúde e estado dos hospitais, mudança climática e planeamento ecológico, secularismo, combate ao separatismo islâmico.
A analista defende ainda que o Partido Socialista francês e o partido Os Republicanos -- que devem ter abaixo de 5% dos votos, segundo as sondagens à boca das urnas, o que os deixa fora do sistema de reembolso de gastos de campanha -- "estão mortos", contribuindo para uma "reconfiguração completa da política francesa".
Por outro lado, a Frente Republicana -- o bloco contra a extrema-direita, que inclui os candidatos agora afastados da segunda volta Anne Hidalgo, Yannick Jadot, Fabien Roussel, Jean-Luc Mélenchon e Valérie Pécresse -- está a unir-se à volta de Macron ou, num sentido mais forte, contra Le Pen.
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