Putin culpa UE de "desestabilizar o mercado" da energia
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou hoje a União Europeia (UE) de desestabilizar o mercado da energia e provocar aumentos de preços com o debate sobre um embargo ao petróleo e gás russo, quando não tem fornecedor alternativo.
© Lusa
Mundo Rússia/Ucrânia
"Os parceiros de países pouco amigáveis admitem que não podem ficar sem recursos energéticos, incluindo o gás natural. Não têm (os países europeus) como substituir o gás russo agora", afirmou Putin numa reunião sobre hidrocarbonetos com membros do Governo, incluindo o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak.
O Presidente russo anunciou, na reunião, a decisão de redirecionar as exportações russas de energia da Europa para a Ásia, acusando os europeus de "desestabilizar o mercado" ao quererem dispensar os hidrocarbonetos russos.
"Vamos assumir que, no futuro, as entregas ao Ocidente diminuirão" e por isso é necessário "redirecionar as nossas exportações para os mercados do Sul e do Leste que estão a crescer rapidamente", acrescentou.
Depois da decisão da UE de suspender as compras de carvão à Rússia a partir de agosto, o vice-primeiro-ministro russo já tinha anunciado que as exportações poderiam ser redirecionadas para a região Ásia-Pacífico.
Advertiu, na altura, que há países europeus que têm uma dependência significativa do carvão russo e aos quais será difícil abdicar do fornecimento russo.
A Rússia é o maior fornecedor de combustíveis fósseis da UE. Por si só, representa mais de 45% das importações de gás e carvão e 25% das importações de petróleo.
A UE tem hesitado na proibição da importação de petróleo e gás russos, sendo a Alemanha frequentemente identificada como o principal obstáculo devido à elevada dependência da potência europeia dos combustíveis fósseis russos.
Recentemente o chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou "inviável" acelerar um embargo ao gás russo, porque a Alemanha, que compra mais de metade do seu gás e uma parte do carvão e do petróleo à Rússia, precisa de construir infraestruturas para conseguir fazer o abastecimento através de outras fontes.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia que dura desde 24 de fevereiro, à qual a comunidade internacional reagiu com sanções económicas e políticas contra Moscovo, e com o fornecimento de armas a Kiev.
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