A Moldova acusou esta quinta-feira a Rússia de recrutar cidadãos do seu país para combater do lado russo, aproveitando a forte presença de russófonos na região da Transnístria, uma zona ocupada por separatistas russos mas que continua a fazer parte do território moldavo.
Segundo a Reuters, as acusações da Moldova surgem depois da inteligência britânica ter comunicado que as forças russas estariam a tentar recrutar naquela região, à semelhança do que fizeram na Ossétia do Sul (região ocupada pela Rússia desde a guerra na Geórgia em 2008).
"Estas ações não promovem a paz para nós, para os nossos cidadãos, para as nossas famílias. Estas coisas são muito perigosas e têm de ser paradas", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros moldavo, Nicu Popescu, citado pela Reuters.
A acusação acontece também depois de a secretária de Estado da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, ter afirmado que havia tropas a mobilizar-se na Transnístria para atacar a Ucrânia, especialmente a cidade de Odessa.
As autoridades da Transnístria negam que os russos façam exercícios militares no seu território, mas recusaram comentar as acusações do governo central em Chisinau.
Desde o início da invasão russa na Ucrânia que as autoridades na Roménia e na Moldova têm mostrado preocupação sobre uma possível expansão da Rússia para territórios com uma forte presença de russófonos.
A Transnístria é um destes territórios, sendo que o ponto mais a sudeste do pequeno estreito, disperso pela fronteira entre a Moldova e a Ucrânia, fica a menos de 50 quilómetros de Odessa, em território ucraniano.
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