Mikhail Afanasyev, editor da Novy Fokus na região de Khakassia, foi detido pelas forças de segurança na quarta-feira, devido às notícias sobre as recusas de 11 polícias antimotim de irem para a Ucrânia, integrados na operação da invasão do país vizinho.
Afanasyev foi acusado na quinta-feira de disseminar "informação falsa deliberadamente" sobre as forças armadas russas, uma ofensa que pode implicar até 10 anos de prisão, sob uma lei aprovada em março.
Afanasyev tem publicado numerosas investigações sobre questões sensíveis na Khakassia, tais como crime organizado e abusos de poder pelas autoridades locais.
Em 2009, foi acusado de difamação depois de divulgar críticas ao governo russo pela resposta a uma explosão na maior central hidrelétrica ocorrida nesse ano.
E em 2016 foi alvo de ameaças de morte por parte de um gangue criminoso ativo na região siberiana de Krasnoyarsk, depois de ter exposto as atividades ilegais do grupo e as ligações suspeitas com a polícia local.
Outro jornalista baseado na Sibéria também foi detido na quarta-feira, por suspeita de ter violado as novas leis russas sobre a cobertura da situação na Ucrânia. Há notícias que indicam que Sergei Mikhailov, fundador do semanário LIStok, baseado na República de Altay, foi colocado em detenção preventiva por alegadamente ter "apelado a sanções contra a Rússia".
O sítio do LIStok tem estado bloqueado desde março, por "promover" atividades contra a invasão russa da Ucrânia.
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