O ministro da Economia e vice-chanceler alemão, Robert Habeck, pediu hoje aos alemães que poupem energia para "irritar Putin", enquanto a Alemanha procura reduzir a dependência do gás russo no meio da guerra na Ucrânia.
"Exorto todos a contribuir agora para poupar energia", disse Habeck, líder dos Verdes e que também tem a pasta do Clima no Governo de coligação com os sociais-democratas e os liberais.
Numa entrevista com o grupo de jornais Funke, citada pela agência francesa AFP, Habeck deu conselhos aos alemães para pouparem energia, incluindo deslocações de comboio na atual quadra da Páscoa.
"Isto é bom para a carteira e enfurece [o Presidente russo, Vladimir] Putin", disse o ministro alemão.
Habeck explicou que a Alemanha, que depende fortemente do gás importado da Rússia, está a procurar formas de reduzir esta dependência desde a invasão da Ucrânia pelas tropas russas, em 24 de fevereiro.
"Se aquecer o seu apartamento e fechar as cortinas à noite, poupa até 5% de energia. E se baixarmos a temperatura ambiente em um grau, isso é cerca de 6%", disse.
"Pode ser menos confortável, mas ainda não está frio", acrescentou o dirigente dos Verdes.
A Alemanha, que antes da guerra na Ucrânia comprava mais de metade do seu gás à Rússia, já reduziu essa quota para 40%, intensificando os esforços para encontrar alternativas e acelerando a conversão às energias renováveis.
Mas a Alemanha não espera poder passar sem gás russo antes de meados de 2024 e receia ser forçada a racionar o fornecimento ao setor industrial.
Os dirigentes alemães têm sido criticados por terem colocado o país na dependência do gás russo nas últimas décadas.
A comunidade internacional reagiu à invasão russa com sanções económicas e políticas contra Moscovo, e com o fornecimento de armas a Kiev.
No âmbito das sanções internacionais contra a Rússia após a invasão da Ucrânia, o Governo liderado pelo social-democrata Olaf Scholz suspendeu a entrada em funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, que iria transportar gás russo diretamente para a Alemanha.
Mesmo assim, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, teve de anular uma deslocação a Kiev na quarta-feira, alegadamente por ter recebido indicações de que não seria bem-vindo devido às relações que manteve com Moscovo quando foi ministro dos Negócios Estrangeiros.
A Alemanha é apenas um dos muitos países que decretaram sanções contra interesses russos, incluindo dirigentes como Putin, numa lista que integra o conjunto da União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido, Japão ou a habitualmente neutral Suíça.
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