Ucrânia. UE apoia pausa humanitária durante Páscoa ortodoxa

A diplomacia da União Europeia (UE) disse hoje apoiar o apelo feito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, de uma pausa humanitária na guerra na Ucrânia por ocasião da Páscoa ortodoxa, não só nessa altura, "mas para sempre".

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Lusa
20/04/2022 17:20 ‧ 20/04/2022 por Lusa

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"Claro que apoiamos o pedido do secretário-geral [da ONU] e repetimos o nosso apelo para que a Rússia cesse todas as operações militares, não só na Páscoa, mas para sempre, porque a agressão é ilegal", disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros da UE, Peter Stano.

Falando na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em Bruxelas, Peter Stano aludiu ao apelo feito no dia anterior por Guterres para uma pausa humanitária entre quinta-feira e domingo.

Na terça-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu uma pausa humanitária de quatro dias na guerra na Ucrânia, por ocasião da Páscoa ortodoxa, visando a abertura de uma série de corredores humanitários em território ucraniano.

Numa declaração junto à sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres afirmou que ucranianos e russos celebrarão a Páscoa dentro de dias, num feriado que une os cristãos ortodoxos dos dois países, lamentando que a celebração esteja a ser marcada por "uma guerra que representa a negação total da mensagem da Páscoa".

"Hoje estou a pedir uma pausa humanitária de quatro dias na Semana Santa, começando na quinta-feira santa e indo até ao domingo de Páscoa, 24 de abril, para permitir a abertura de uma série de corredores humanitários", exortou o secretário-geral da ONU.

De acordo com António Guterres, a pausa humanitária forneceria as condições necessárias para atender "dois imperativos cruciais": a passagem segura de todos os civis dispostos a sair das áreas de confronto, em coordenação com o Comité Internacional da Cruz Vermelha; e a entrega segura de ajuda humanitária às pessoas nas áreas mais atingidas, como Mariupol, Kherson, Donetsk e Lugansk.

"As Nações Unidas estão prontas para enviar para esses locais caravanas de ajuda humanitária, durante este período. Estamos a enviar às partes planos detalhados. As necessidades humanitárias são terríveis. As pessoas não têm comida, água, suprimentos para tratar os doentes ou feridos ou simplesmente para viver o dia-a-dia", lamentou.

O ex-primeiro-ministro português salientou que mais de 12 milhões de pessoas necessitam atualmente de assistência humanitária na Ucrânia, sendo que mais de um terço destes estão em Mariupol, Kherson, Donetsk e Lugansk.

"Por todas essas razões de vida ou morte, peço aos russos e ucranianos que silenciem as armas e criem um caminho para a segurança de tantos que estão em risco imediato. O período de quatro dias da Páscoa deve ser um momento de união para salvar vidas e promover o diálogo para acabar com o sofrimento na Ucrânia", adiantou Guterres.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Páscoa ortodoxa na Ucrânia sob bombardeamentos e com igrejas tapadas

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