Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou este domingo que as tropas russas continuam o ataque à siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, apelando a uma "trégua de Páscoa".
“Páscoa 2022. Mas, agora, a Rússia está constantemente a atacar a Azovstal, em Mariupol. O local onde os nossos civis e soldados estão está coberto de bombas aéreas, fogo de artilharia e concentração intensa de forças e de equipamento para ataques. Quem deu a ordem para ‘não atacar’?”, acusa o responsável, na rede social Twitter.
O político apela ainda à Federação Russa para que pense “naquilo que resta da sua reputação”, o que, a seu ver, requer apenas “três passos”. Um deles é a declaração de uma “verdadeira trégua de Páscoa em Mariupol”, bem como a abertura de um corredor humanitário para os civis e, por fim, uma ronda de negociações especial, na qual a troca de soldados seja discutida.
(2/2) Пропоную РФ подумати про залишки репутації. Для цього необхідні всього три «маріупольські кроки».
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) April 24, 2022
1. Оголосити реальне великоднє перемирʼя над Маріуполем.
2. Негайно дати гумкоридор для цивільних.
3. Погодитись на «спец раунд переговорів», щоб ми забрали/обміняли військових
Um vídeo partilhado na véspera deste domingo de Páscoa ortodoxa pelo batalhão de Azov - considerado uma milícia neonazi por uns e heróis ucranianos por outros - mostra o interior da siderúrgica de Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol, onde mais de mil pessoas, incluindo crianças e idosos, encontram abrigo das forças russas há dois meses.
Nas imagens, crianças e mulheres dizem estar a “ficar sem forças”, apelando à sua retirada urgente. Ainda que tenham a companhia uns dos outros, os menores pedem para ir para casa, desejando ver a luz do sol.
Este domingo de Páscoa ortodoxa marca dois meses do início da invasão russa na Ucrânia, que já provocou a morte de quase dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
Além disso, mais de 12 milhões de pessoas fugiram, cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados do organismo. Contudo, mais um milhão já regressou à Ucrânia, segundo informou o ministro do Interior ucraniano, Denís Monastirski.
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