Moçambique. UE desembolsa 1,9 milhões para apoiar missão militar da SADC
Maputo, 26 abr 2022 (Lusa) -- A União Europeia (UE) vai desembolsar 1,9 milhões de euros para a Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, na sigla inglesa) que apoia Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, anunciou fonte oficial.
© Lusa
Mundo Moçambique
"O projeto [para apoio de 1,9 milhões de euros] da SAMIM já foi aprovado e estamos agora a explorar outras possibilidades de apoio às forças que estão no terreno", declarou o embaixador da UE em Moçambique, Antonio Sánchez-Benedito Gaspar, após uma reunião com a chefe da diplomacia moçambicana, Verónica Macamo, no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação em Maputo.
Uma fonte da União Europeia em Moçambique explicou à Lusa que a ajuda se enquadra no âmbito do "Mecanismo de Resposta Rápida da SADC em Cabo Delgado" e vai cobrir um período de cinco meses, tendo como prioridades a capacitação das forças policiais locais, programas de empoderamento da mulher e diálogos com as lideranças locais em matérias de boa governação.
Além deste apoio, que é especificamente para os trabalhos da Missão Militar da SADC em Cabo Delgado, a UE aprovou um total de 89 milhões de euros para formação e reforço de capacidades das tropas moçambicanas, no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz.
No início deste mês, os chefes de Estado dos países-membros da SADC aprovaram a transição para um "mandato mais robusto", focado na estabilização das conquistas alcançadas pelas forças da organização que apoiam Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, onde já se ensaia a reconstrução em vários pontos que foram dominados por rebeldes.
Desde julho de 2021, a ofensiva das tropas governamentais, com o apoio do Ruanda e da SADC, permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes.
A Missão Militar da SADC que está em Moçambique teve o seu prazo prorrogado em janeiro, numa operação orçada em 29,5 milhões de dólares (26 milhões de euros), segundo o anúncio feito, na altura, pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Leia Também: Governo moçambicano aumenta salários mínimos entre 3,6% e 7,6%
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com