EUA negam fracasso do Conselho de Segurança e focam isolamento da Rússia
A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, rejeitou hoje as críticas de que o Conselho de Segurança fracassou em travar a guerra na Ucrânia e classificou o isolamento da Rússia como um sucesso do órgão.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Apesar do desafio, temos sido extremamente bem-sucedidos em isolar a Rússia. Temos tido sucesso em unificar as vozes que condenam a Rússia na Assembleia-Geral da ONU e no Conselho de Segurança. Temos tido sucesso em aprovar resoluções humanitárias sobre a Ucrânia, e temos tido sucesso em suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos", argumentou a diplomata num briefing à imprensa, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Em sentido inverso à posição da diplomata, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na semana passada que o Conselho de Segurança "falhou em fazer tudo o que estava ao seu alcance para prevenir e acabar com esta guerra".
A diplomata dos Estados Unidos da América (EUA), país que assumirá este mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança, anunciou hoje que a invasão russa na Ucrânia será tema de uma reunião na próxima quinta-feira, na qual António Guterres deverá participar.
Linda Thomas-Greenfield afirmou que mais reuniões sobre a guerra poderão ocorrer, "conforme a situação exigir".
Ainda este mês, os EUA também convocarão um debate no Conselho de Segurança sobre o impacto do conflito na segurança alimentar, em 19 de maio, e uma reunião sobre o uso de tecnologias digitais na manutenção da paz e segurança internacionais, no dia 23.
A discussão sobre segurança alimentar será integrada num fórum internacional sobre "conflitos armados e segurança alimentar", vinculado à atual guerra na Ucrânia e à crise que causou na cadeia de fornecimento de cereais em muitos países.
Este fórum será realizado na ONU em 18 de maio, com a presença do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e deverá contar ainda com a presença de ministros de outros países aliados dos EUA.
Este assunto "é mais urgente hoje do que nunca, porque a inconcebível invasão russa da Ucrânia, um país que era o celeiro do mundo em desenvolvimento, (causou) o encerramento de portos cruciais, a destruição de infraestruturas civis e depósitos de cereais, e situações de fome desesperada em África e no Médio Oriente", disse a embaixadora.
Este fórum alimentar está a ser preparado paralelamente ao trabalho que o G7 está a fazer nesta área, e os Estados Unidos pretendem "ampliar o círculo para incluir os doadores e os países mais afetados pela insegurança", acrescentou.
Em relação ao uso de tecnologias digitais na manutenção da paz e segurança internacionais, a diplomata salientou que as tecnologias têm sido usadas para desinformação, mas que também têm um potencial muito positivo e que podem ajudar pessoas no terreno, e isso será alvo de debate no próximo dia 23.
Linda Thomas-Greenfield aproveitou ainda o briefing à imprensa para anunciar que viajará em breve para o Médio Oriente, para receber atualizações sobre os esforços de distribuição de ajuda humanitária à Síria.
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