Rússia anuncia intenção de permanecer nos territórios já conquistados
A Rússia vai permanecer "para sempre" no sul da Ucrânia, garantiu hoje Andrei Turchak, um alto responsável parlamentar russo durante uma visita a Kherson, uma importante cidade ucraniana que Moscovo afirma estar sob o seu controlo desde março.
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Mundo Ucrânia/Rússia
"Ao dirigir-me à população da região de Kherson, gostaria ainda de dizer que a Rússia ficará aí para sempre. Não devemos ter qualquer dúvida", declarou Turchak, primeiro adjunto do presidente do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento), citado pela agência noticiosa russa RIA Novosti.
Foi a primeira vez que um alto responsável russo anunciou a intenção de Moscovo de permanecer nos territórios conquistados pelo exército russo desde o início da operação na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Até ao momento, a Rússia argumentava que um dos seus objetivos consistia em "desnazificar" o país vizinho.
"Não haverá qualquer regresso ao passado. Vamos viver juntos, desenvolver esta região rica, rica no seu património histórico, do seu povo que aqui vive", assegurou Turchak.
O responsável, que acumula o cargo de secretário do conselho geral do Rússia Unida, o partido no poder, anunciou ainda a próxima abertura de um centro logístico russo de ajuda humanitária em Kherson.
Este centro, que será instalado pelo Rússia Unida, vai ocupar-se designadamente da entrega de produtos alimentares de primeira necessidade e de medicamentos, segundo a mesma fonte.
A cidade de Kherson, próxima da Crimeia anexada por Moscovo em 2014, é a primeira e até ao momento a única cidade importante ucraniana que os russos controlam totalmente desde e início da sua ofensiva na Ucrânia em 24 de fevereiro. A sua conquista foi reivindicada em 03 de março.
A administração russa desta cidade costeira já anunciou a intenção de introduzir o rublo em substituição da moeda ucraniana a partir do início deste mês.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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