"A presidente Von der Leyen viaja esta tarde para a Hungria para se encontrar com o primeiro-ministro, Viktor Orbán", anunciou o porta-voz principal da Comissão Europeia, Eric Mamer, numa publicação na rede social Twitter.
Segundo o responsável, Ursula von der Leyen e Viktor Orbán "discutirão questões relacionadas com a segurança europeia do aprovisionamento energético".
A presidente da Comissão Europeia esteve hoje a participar, na cidade francesa de Estrasburgo, nas celebrações do Dia da Europa.
A viagem surge dias depois de a Comissão Europeia ter proposto, na passada quarta-feira, a proibição das importações europeias de petróleo à Rússia, a concretizar gradualmente até final do ano devido à dependência de alguns países, na sequência da guerra na Ucrânia.
"No último pacote de sanções, começámos com o carvão, agora estamos a abordar a nossa dependência do petróleo russo. Sejamos claros, não vai ser fácil [pois] alguns Estados-membros são fortemente dependentes do petróleo russo, mas temos simplesmente de trabalhar nesse sentido e propomos agora uma proibição do petróleo russo", declarou na altura Ursula von der Leyen.
Em causa está um sexto e novo pacote de sanções contra Moscovo devido à invasão da Ucrânia, no final de fevereiro passado, após a Comissão Europeia ter abrangido, no anterior conjunto de medidas restritivas, a proibição da importação de carvão.
Agora está em causa "uma proibição total de importação de todo o petróleo russo, marítimo e oleoduto, bruto e refinado", elencou Ursula von der Leyen, falando numa eliminação gradual a realizar "de forma ordenada, de modo a permitir [...] assegurar rotas de abastecimento alternativas e minimizar o impacto nos mercados globais".
Ainda assim, este sexto pacote de sanções à Rússia, centrado na proibição gradual das importações de petróleo pelos Estados-membros até final do corrente ano, prevê uma derrogação de um ano suplementar para Hungria e Eslováquia.
No entanto, ainda nesse dia, a Hungria disse rejeitar a proposta de um embargo progressivo da UE ao petróleo russo nos termos propostos pela Comissão Europeia, alegando que põe em causa a segurança energética do país.
A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Hungria diz que sanções são uma "bomba atómica" para a economia do país