Quatro governadores regionais russos demitiram-se, esta terça-feira, na sequência do impacto tido pelas sanções económicas impostas pelo Ocidente a Moscovo por causa da invasão sobre a Ucrânia, noticia a Reuters.
Em causa estão os governadores das regiões de Tomsk, Saratov, Kirov e Mari El, que terão anunciado a imediata renúncia ao cargo. O governador de Ryazan disse, por sua vez, que não se candidataria a um novo mandato nas eleições previstas para setembro.
Na Rússia, embora os governadores sejam democraticamente eleitos, eles são politicamente subordinados ao Kremlin. Vários dos governadores cessantes representam regiões onde o bloco no poder, a Rússia Unida, teve fracas quotas de votos nas eleições parlamentares do ano passado.
No país, é assim frequente governadores impopulares serem destituídos do cargo, apresentando, normalmente, as suas demissões 'em bloco', por altura da primavera.
Ilya Grashchenkov, chefe do Centro para o Desenvolvimento da Política Regional em Moscovo, disse, a este propósito, que o Kremlin estava a retirar do poder governadores pouco consensuais - num contexto que se caracteriza por um agravamento das perspetivas económicas para o país, impulsionado pelas sanções aplicadas pelo Ocidente.
"Há uma necessidade de reestruturar a economia, especialmente nas regiões onde a influência económica ocidental tinha sido significativa. Estes governadores precisam de ser substituídos por alternativas mais jovens", explicou Ilya Grashchenkov.
De acordo com as previsões do Ministério da Economia da Rússia, a economia do país deverá contrair 8,8% em 2022.
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