Os enfermeiros estão esta sexta-feira em protesto no Tennessee, nos Estados Unidos da América (EUA), contra a condenação da ex-colega RaDonda Vaught, de 38 anos, acusada da morte do paciente Charlene Murphey, de 75.
Enfermeiros viajaram de todo o país para marcar presença do lado de fora do tribunal onde a ex-enfermeira está a ser julgada.
RaDonda Vaught foi dada como culpada de homicídio por negligência de um adulto deficiente em março depois de lhe ter acidentalmente administrado medicação errada.
"Todas as pessoas com quem falo estão furiosas", disse Janie Harvey Garner, enfermeira que fundou o grupo de defesa Show Me Your Stethoscope e ajudou a arrecadar dinheiro para a defesa de Vaught. "Ela não deveria ter voltado a exercer. Deveria ter sido disciplinada pelo conselho [de enfermagem], mas prisão?", questionou.
Harvey, que viajou da Geórgia para o protesto, confessou que é "aterrorizante" pensar que ela pode ser processada por um erro e acredita que, caso seja acusada, os enfermeiros começarão a tentar encobrir os seus erros, em vez de denunciá-los. No caso de Vaught, ela própria relatou o erro assim que se percebeu.
No julgamento da enfermeira, uma testemunha especialista do estado argumentou que Vaught violou o standard de atendimento dos enfermeiros. Em acréscimo, a enfermeira consultora jurídica Donna Jones referiu que, para além de ter administrado o remédio errado, não leu o nome, não reparou no aviso vermelho na parte de cima do frasco e não ficou com o paciente para verificar se havia alguma reação adversa.
Poderá ser agora condenada até oito anos de prisão, embora seja improvável a atribuição de uma sentença desta duração, visto que não tem antecedentes criminais e, de acordo com a ABC News, um relatório de apresentação classificou o seu risco de reincidência como "baixo".
A sentença ocorre um dia depois de se assinalar o Dia Internacional do Enfermeiro, data em que os profissionais realizaram uma manifestação por melhores condições de trabalho em Washington D.C.
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