Novas imagens, partilhadas pelo meio de comunicação bielorrusso Nexta, mostram o momento da retirada dos soldados ucranianos retidos na siderúrgica de Azovstal, em Mariupol.
O vídeo – que poderá ver na galeria acima – mostra os combatentes a caminhar em fila, enquanto carregam o que aparenta tratar-se de provisões.
Segundo a Rússia, foram 265 os soldados ucranianos retirados do complexo siderúrgico, incluindo 51 feridos graves, que "depuseram as armas e se entregaram", tendo sido enviados para o hospital de Novoazovsk.
Por sua vez, a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Malyar, anunciou que 264 combatentes ucranianos, incluindo 53 feridos, foram retirados da siderúrgica para localidades em território controlado por forças russas e pró-russas no leste da Ucrânia. Declarou, contudo, que os militares devem, no futuro, ser repatriados para território controlado pela Ucrânia, "como parte de um procedimento de troca" de prisioneiros.
Um outro grupo de 211 defensores terão sido retirados através do corredor humanitário de Olenivka, em território controlado pelas forças russas na cidade portuária do sul da Ucrânia.
O presidente da Duma – a câmara baixa do parlamento russo –, Vyacheslav Volodin, referiu-se aos membros do regimento Azov, grupo considerado ultranacionalista que foi integrado no exército ucraniano, enquanto "criminosos nazis", dizendo que estes não devem ser trocados.
"São criminosos de guerra e temos de fazer tudo para os levar à justiça", afirmou.
Recorde-se que os militares ucranianos refugiaram-se na siderúrgica de Azovstal após mais de um mês de cerco a Mariupol, um porto estratégico no sudeste da Ucrânia para Moscovo e, agora, totalmente devastado.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou ainda a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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