Governo ucraniano diz que "escândalo" de Setúbal é "uma tática russa"

O vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano diz que o caso de acolhimento de refugiados por um casal pró-Kremlin em Setúbal é “um passo na direção da guerra híbrida” e suscita “preocupação”.

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Notícias ao Minuto
20/05/2022 14:57 ‧ 20/05/2022 por Notícias ao Minuto

País

Guerra na Ucrânia

Ihor Zhovkva, vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou esta sexta-feira, em entrevista à SIC, a visita do primeiro-ministro, António Costa, à Ucrânia - a primeira desde a independência do país - e abordou o “grande escândalo” de “espionagem” russa em Setúbal, em que mais de uma centena de refugiados ucranianos foram recebidos por um casal pró-Kremlin.

Segundo foi revelado no final do mês passado, Igor Khashin e a mulher receberam 160 refugiados no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal, fotocopiaram os seus documentos de identificação e questionaram-nos sobre os familiares que ficaram na Ucrânia. 

“Não lhe podemos chamar outra coisa que não seja espionagem. Não se pode recolher dados pessoais de refugiados ucranianos com o pretexto de que estão a ajudá-los a terem melhores condições em Portugal”, disse Zhovkva, em Kyiv.

O responsável assegurou ainda que esta é “uma tática russa” e “um passo na direção da guerra híbrida”, algo que suscita “preocupação porque quaisquer informações pessoais que possam ser usadas, sobretudo contra soldados ucranianos, são informações delicadas”.

Na entrevista, Zhovkva destacou que a visita de António Costa à Ucrânia, que deverá acontecer entre hoje e amanhã, é um “facto muito importante e muito simbólico”, mas também “um grande desafio” por ser a primeira visita de um primeiro-ministro português à Ucrânia desde a independência do país, em 1991. 

Na visita, o responsável revela que Zelensky irá agradecer “todo o apoio que Portugal já deu à Ucrânia”, seja em termos de armamento, sanções ou no acolhimento de ucranianos. O presidente ucraniano deverá ainda falar da “possibilidade de apoio adicional de Portugal, em termos de recuperação económica da Ucrânia” e da “integração europeia da Ucrânia”.

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