Henry Kissinger - antigo secretário de Estado dos EUA no tempo da Guerra Fria - pediu o fim do conflito na Ucrânia e defendeu que negociações de paz devem decorrer "dentro de dois meses", antes que se criem "tensões e dificuldades que depois serão mais difíceis de ultrapassar".
Segundo o The Telegraph, no Fórum Económico Mundial de Davos, o antigo chefe da diplomacia defende que a Europa deve parar de insistir numa derrota esmagadora das forças russas na Ucrânia, uma vez que tal terá efeitos desastrosos na estabilidade europeia a longo prazo.
Essas negociações, afirma, "idealmente, devem ter como linha divisória o regresso ao status quo que existia", - dando a entender que os líderes mundiais deviam convencer a Ucrânia a ceder território para que seja possível alcançar um acordo de paz.
"Prolongar e insistir na guerra muito mais tempo levará a que passe a ser não uma questão de liberdade da Ucrânia mas, sim, uma nova guerra contra a própria Rússia", defendeu Kissinger, lembrando que o Ocidente não pode esquecer a importância de Moscovo no equilíbrio de poder na Europa e no mundo.
"Espero que os ucranianos correspondam ao heroísmo que demonstraram com sabedoria", sublinhou.
Mykhailo Podolyak, conselheiro de presidente Volodymyr Zelensky já reagiu. "Kissinger propõe dar à Rússia parte da Ucrânia para parar a guerra, ele permitiria levar a Polónia ou a Lituânia embora. É bom que os ucranianos nas trincheiras não tenham tempo para ouvir os "alarmistas de Davos". Eles estão um pouco ocupados a defender a Liberdade e a Democracia".
As easily as Mr. #Kissinger proposes to give 🇷🇺 part of 🇺🇦 to stop the war, he would allow to take Poland or Lithuania away. It's good that Ukrainians in the trenches do not have time for listening to “Davos panickers". They’re a little bit busy defending Freedom and Democracy. pic.twitter.com/2zraPDummx
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) May 24, 2022
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