O governo de Jair Bolsonaro anunciou, na segunda-feira, a demissão do presidente da Petrobras, o terceiro a deixar a empresa estatal com este Executivo. José Mauro Ferreira Coelho permaneceu 40 dias no cargo e a demissão surge depois de o presidente brasileiro insinuar que a sua direção atuava de forma “orquestrada” para prejudicar o governo.
“A Bolívia cortou 30% do nosso gás para entregar para a Argentina. Como agiu a Petrobras nessa questão também? Parece que é tudo orquestrado. O gás, se tiver que comprar de outro local, é cinco vezes mais caro”, disse Bolsonaro
O lugar será agora ocupado por Caio Mário Paes de Andrade, que trabalhava no Ministério da Economia.
É de realçar que também os dois anteriores presidentes da Petrobras durante o governo de Bolsonaro tinham sido demitidos – Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna. A imprensa brasileira escreve que as três demissões ocorreram devido ao progressivo aumento dos combustíveis.
Bolsonaro chegou a falar em “estupro” (violação) ao falar do lucro da empresa petrolífera, pressionando para que os preços não aumentassem.
Contudo, tal como destaca a imprensa brasileira, a empresa estatal está sujeita ao critério de paridade internacional, uma política adotada pelo governo de Michel Temer em 2016, o que leva os preços dos combustíveis a variar de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional.
Recentemente, Bolsonaro também tinha substituído o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque após criticá-lo por permitir que a Petrobras anunciasse um novo aumento dos combustíveis.
A nota do Ministério de Minas e Energia que dá conta da demissão de José Coelho agradece os resultados alcançados na sua gestão, mas destaca que o Brasil vive “um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”.
“Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos. Dessa maneira, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo. Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da Empresa, gerando benefícios para toda a sociedade”, lê-se.
O governo de Bolsonaro destaca ainda que Caio Andrade reúne todos as qualificações para liderar a Petrobras e ajudar “a superar os desafios que a presente conjuntura impõe”.
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