Comandante militar do regimento Azov está em zona controlada pela Rússia
O principal comandante militar que combateu até ao final da semana passada para tentar manter a cidade portuária de Mariupol sob controlo ucraniano está vivo e em território controlado pela Rússia, disse hoje a sua mulher após breve contacto telefónico.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Kateryna Prokopenko, casada com Denys Prokopenko, o líder do regimento Azov, disse que o seu marido lhe perguntou como estava, mas ficou sem ligação antes de conseguir responder.
Disse ainda que a chamada telefónica foi possível devido a um acordo entre os governos da Ucrânia e da Rússia e agradeceu a mediação da Cruz Vermelha Internacional, que tem visitado alguns dos soldados ucranianos que se renderam.
No início deste mês, a Rússia anunciou a conquista de Mariupol com a rendição de todos os combatentes que se encontravam desde há semanas entrincheirados no grande complexo siderúrgico de Azovstal.
Prokopenko, que prestou declarações à agência noticiosa Associated Press (AP) em Kiev, juntamente com Yuliia Fedosiuk, a mulher de um soldado, disse que a Ucrânia e a Rússia forneceram garantias sobre um enterro digno para os soldados mortos e algumas condições para os prisioneiros de guerra, permitindo que estabeleçam contactos telefónicos com familiares algumas vezes por semana.
As duas mulheres referiram que várias famílias receberam chamadas nos dois últimos dias. Indicaram ainda não poderem revelar mais detalhes do acordo, mas disseram manter a esperança de que os soldados não serão torturados, e que eventualmente "irão regressar a casa".
A Rússia anunciou, na sexta-feira, que um total de 2.439 militares ucranianos se renderam em Azovstal, uma metalúrgica com mais de 11 quilómetros quadrados que foi o último bastião dos combatentes ucranianos na cidade portuária de Mariupol.
Moscovo divulgou alguns vídeos e fotos, especialmente de feridos em hospitais, mas não avançou o local para onde foram transferidos.
O julgamento dos militares ucranianos que se renderam em Azovstal iniciar-se-á em Mariupol, disse segunda-feira uma fonte familiarizada com o assunto à agência de notícias independente russa Interfax.
O julgamento vai ser seguido de outras etapas, que poderão ocorrer noutras localidades, acrescentou.
o líder separatista Denis Pushilin disse à agência russa Interfax que todos os militares que estiveram entrincheirados na siderúrgica Azovstal até se renderem na semana passada estão presos na autoproclamada República Popular de Donetsk.
"Os prisioneiros de Azovstal estão no território da República Popular de Donetsk", afirmou.
Na quarta-feira passada, o jornal independente russo Meduza afirmava que 89 dos combatentes ucranianos que defenderam Azovstal estariam na cidade de Taganrog, na região russa de Rostov.
De acordo com Pushilin, "está a ser preparado um tribunal internacional a instalar no território da república" de Donetsk para julgar os militares ucranianos de Azovstal, algo que ainda não foi confirmado por Moscovo.
O líder separatista pró-Rússia não esclareceu o que entende por tribunal internacional.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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