"Estamos indignados com estas informações e imagens chocantes", salientou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em reação aos novos dados.
Um consórcio de 'media' estrangeiros divulgou uma série de documentos que se acredita resultarem da intrusão em computadores da polícia na província de Xinjiang, onde o Governo de Pequim é acusado de reprimir a minoria uigur.
"Parece muito difícil imaginar que uma ação sistemática para suprimir, aprisionar, fazer uma campanha de genocídio e crimes contra a humanidade não tenha a bênção -- ou aprovação -- dos mais altos níveis do governo da República Popular da China", realçou Ned Price.
Entre os documentos acedidos e agora revelados estão milhares de fotografias apresentadas como tendo sido tiradas nos "campos de detenção" da região e mostrando os rostos de muitos "detidos", incluindo adolescentes e idosos.
As novas revelações ocorrem no dia em que a Alta Representante para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, inicia uma visita à região chinesa de Xinjiang.
A China disse hoje que os Estados Unidos, Reino Unido e outras potências estrangeiras estão a tentar sabotar as relações externas do país, orquestrando acusações sobre abusos dos direitos humanos na região de Xinjiang.
Wang acusou aqueles países de não pouparem esforços para "atrapalhar e sabotar a visita".
Durante uma reunião com Bachelet, na cidade de Guangdong, no sul da China, Wang Yi "expressou esperança de que a visita ajude a fortalecer a compreensão e a cooperação e esclarecer a desinformação", segundo um comunicado difundido pelo ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
Bachelet é a primeira alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos a visitar a China, desde 2005, após anos de negociações com Pequim sobre os termos da visita a Xinjiang.
A província de Xinjiang, há muito atingida por ataques atribuídos a separatistas e islâmicos uigures, tem sido alvo de forte repressão por parte de Pequim, em nome do antiterrorismo.
Organizações ocidentais acusam a China de ter internado pelo menos um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em campos de reeducação, e até de impor "trabalho forçado" e "esterilização forçada".
Em resposta, a China denuncia o que considera ser a "mentira do século" e apresenta os campos como "centros de formação profissional", destinados a combater o extremismo religioso.
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