Uma das cirurgiãs pediátricas que recebeu sobreviventes do tiroteio da escola primária que ocorreu na terça-feira em Uvalde, no Texas, deu uma entrevista onde falou a várias publicações norte-americanas, como a CNN ou a CBS News.
Lillian Liao explicou que nesse dia, "tão difícil para toda a América", todos os cirurgiões, anestesistas e restante equipa médica se mobilizou depressa e soube como agir, em grande parte porque esta não era a primeira experiência do género. "Tristemente, estávamos aptos para isso e pensávamos que íamos receber mais pacientes do que aquele que recebemos", confessou á CBS News, referindo-se às quatro crianças que deram entrada no serviço de trauma do hospital de San António.
Também à CNN, Liao falou da agilidade com que receberam as vítimas, algo que aprenderam em 2017, devido ao tiroteio que ocorreu numa igreja na zona de Sutherland Springs, e que causou a morte a 26 pessoas.
"Com a última experiência aprendemos que quando estamos a lidar com ferimentos que ocorrem a alta velocidade, não podemos receber muitos pacientes", explicou, acrescentando que "essa é a parte que mais afeta" toda a equipa". "Não os pacientes que recebemos - e que estamos muito honrados em tratar -, mas sim os pacientes que não recebemos", referiu.
Dr. Lillian Liao is treating 4of the injured victims of the Uvalde massacre. But she says that isn't the hard part:
— Lauren Koenig (@CNNLauren) May 26, 2022
"I think that's what has hit us the most, not of the patients that we did receive - and we are honored to treat them - but the patients that we did not receive." pic.twitter.com/XzN8n5tsTr
A médica explicou que "quando se fala em crianças" este tipo de ferimentos pode fazer "com que elas sangrem até à morte em cinco minutos". "Quando se trata de uma criança, o seu corpo é bem menor do que o de um adulto, então a bala atinge-os a alta velocidade, criando uma destruição maior" ao nível interno.
De momento, uma das quatro crianças já teve alta do hospital, de acordo com a CNN, e nenhuma das outras vítimas se encontra em estado crítico.
Leia Também: Polícia do Texas investigada por resposta ao ataque em escola de Uvalde