O ex-presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, prestou, na passada sexta-feira, uma homenagem às 21 vítimas - 19 crianças e duas professoras - do tiroteio de Uvalde, no Texas. Contudo, o momento está a ser visto como uma “distopia” pelos internautas.
Durante a sua intervenção no encontro anual da Associação Nacional de Armas (NRA), no Texas, o republicano quis recitar o nome das vítimas. Além da dificuldade em pronunciar os nomes - uma vez que 90% dos estudantes da Escola Primária Robb, onde ocorreu o tiroteio na semana passada, são de origem hispânica - Trump decidiu acompanhar o momento com o som de um sino.
Considerando que Salvador Ramos, o autor do ataque, era "um lunático" e "um monstro", Trump defendeu que "não há razão para desarmar pessoas que sabem usar armas" e que "as usam para proteger outras pessoas". "A existência de crueldade é uma das melhores razões para armar cidadãos cumpridores da lei", relatou.
Defendeu ainda que existe um "esforço grotesco" de colocar este assunto na "agenda mediática" e também um esforço "ainda mais repulsivo" de culpar as pessoas que “pertencem a organizações”, como a NRA.
Para se despedir do público, terminou a intervenção com os seus famosos passos de dança 'cha-cha-cha'.
O momento foi descrito como “nojento” e “ofensivo” nas redes sociais. O jornalista britânico Justin Glawe disse tratar-se de um momento “distópico” e que o sino parecia “sinalizar que a república está condenada”, enquanto outro internauta sublinhou “o barulho de um país a morrer”.
“É impossível pensar em algo mais ofensivo para as vítimas”, disse outro. “A leitura dos nomes das vítimas num comício da NRA é a coisa mais abominável que uma pessoa pode fazer”, lê-se ainda na rede social Twitter.
Sublinhe-se que pelo menos 21 pessoas, incluindo 19 crianças e dois adultos, morreram no massacre, que aconteceu na terça-feira passada numa escola primária na cidade na cidade de Uvalde. O autor, residente em Uvalde, entrou no estabelecimento de ensino com um revólver e possivelmente uma espingarda e abriu fogo.
É o segundo massacre mais mortífero da última década num estabelecimento de ensino, depois do perpetrado em 2012 na escola de Sandy Hook, em Newton, no Estado do Connecticut, em que morreram 26 pessoas, a maioria das quais crianças.
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