"Não enviaremos sistemas de 'rockets' para a Ucrânia que possam atingir o interior da Rússia", disse Joe Biden a jornalistas na manhã de hoje.
A imprensa norte-americana havia afirmado nos últimos dias que Washington estava a preparar a entrega de sistemas de foguetes militares de lançamento múltiplo de longo alcance (MLRS) a Kyiv, após o Congresso ter aprovado uma ajuda adicional de 40 mil milhões de dólares (37 mil milhões de euros) à Ucrânia.
Contudo, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, não confirmou o envio dos MLRS M270 - veículos modernos altamente móveis com um alcance de tiro de 300 quilómetros.
Um segundo tipo de sistema havia sido mencionado: os Himars, com alcance de 70 a 150 quilómetros -- muito superior às baterias de lança-obuses M777, que atualmente são entregues a Kyiv e cujo alcance efetivo não ultrapassa 40 quilómetros.
Atualmente, as forças ucranianas estão a lutar na região do Donbass, onde a ofensiva russa se intensificou em torno de cidades importantes. As forças russas avançaram em direção ao centro de Severodonetsk, bombardeado há semanas.
Nesse contexto, as autoridades ucranianas pediram mais armas ao Ocidente.
"Alguns parceiros evitam dar as armas necessárias por medo da escalada. Escalada, a sério? A Rússia já usa as armas não nucleares mais pesadas, queima as pessoas vivas. Talvez seja hora (...) de nos dar MLRS?", escreveu na rede social Twitter Mykhailo Podolyak, conselheiro da presidência ucraniana.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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