Delegação indiana reúne-se pela primeira vez com talibãs no Afeganistão
Uma delegação indiana está hoje em Cabul, na primeira visita oficial ao Afeganistão desde a tomada do poder pelos talibãs, para reunir-se com os altos representantes do governo islâmico e controlar as doações humanitárias vindas da Índia.
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Mundo Afeganistão
"Confirmamos a visita da delegação indiana ao Afeganistão, onde é esperado que se reúna com vários funcionários do Emirado Islâmico", afirmou o porta-voz adjunto do Governo talibã, Bilal Karimi, à agência de notícias EFE.
Esta é a primeira viagem oficial de representantes indianos ao Afeganistão desde que os talibãs conquistaram Cabul em agosto do ano passado e foram alvo de várias sanções económicas internacionais, que isolaram o país e desencadearam uma crise humanitária e financeira.
Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, as conversações entre as duas delegações serão "sobre a assistência humanitária da Índia ao povo do Afeganistão".
De acordo com o texto, desde a crise dos talibãs, o Governo indiano afirma que fez chegar aos afegãos "vários envios de ajuda humanitária de 20 mil toneladas de trigo, 13 toneladas de medicamentos, 500 mil doses de vacinas contra a covid e roupa de inverno".
Com a queda dos talibãs em 2001, a Índia investiu cerca de 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,8 mil milhões de euros) em vários projetos de reconstrução do Afeganistão, como a construção de uma barragem hidroelétrica no oeste do país e um novo edifício para o parlamento afegão.
Durante a visita do ex-presidente afegão Ashraf Ghani a Nova Deli em 2016, onde se encontrou com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, a Índia comprometeu-se a ajudar o Afeganistão com mais mil milhões de dólares (cerca de 933 milhões de euros).
A tensa relação com o país vizinho, o Paquistão, foi um dos pontos de ligação entre as duas nações, com ambos a acusarem Islamabad de intervir no seu território através de grupos armados, aos quais ofereciam abrigo seguro.
Nova Deli acusa o Paquistão de infiltrar terroristas na região de Caxemira para alimentar o movimento separatista.
O apoio de Islamabad aos talibãs foi comprovado com a ascensão dos islamitas ao poder, convertendo o Paquistão num dos países com maior influência sobre o novo Governo fundamentalista de Cabul e um mediador fundamental com a comunidade internacional.
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