O novo relatório observa, no entanto, que foram feitos progressos significativos para compensar as famílias de pessoas mortas durante manifestações", em referência ao levantamento popular que ocorreu no outono de 2019, alvo de uma onda de repressão que fez perto de 600 mortos e 30.000 feridos.
O documento, que avalia os progressos realizados entre maio de 2021 e maio deste ano com base em 27 entrevistas individuais e reuniões com responsáveis judiciais em Bagdad e no sul do país, aponta muitas deficiências.
São assinalados incidentes "para reprimir qualquer dissidência (...) perpetrados por 'elementos armados não identificados'".
Entre 26 incidentes contra ativistas, há "um assassínio direcionado, três tentativas de assassínio, cinco agressões violentas, uma busca, 14 ataques com engenhos explosivos", segundo o estudo realizado pela missão de assistência da ONU para o Iraque (UNAMI) e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
O relatório aponta "a impunidade persistente em ataques que têm como alvo manifestantes (...) ativistas e dissidentes que têm posições críticas em relação a elementos armados e agentes políticos".
Após as manifestações de 2019 contra a corrupção, o desemprego e a ausência de um Estado de direito, dezenas de ativistas foram assassinados, alvo de tentativas de assassínio ou de raptos. Esses atos de violência nunca foram reivindicados, mas os manifestantes acusam fações armadas, muitas vezes pró-iranianas, ligadas ao poder.
A impunidade "propaga um ambiente de medo e de intimidação que continua a restringir severamente os direitos à liberdade de expressão e de associação pacífica", acrescenta o relatório.
O estudo aponta o assassínio em julho de 2020 do investigador Hicham al-Hachémi e o julgamento de um polícia que deveria responder na justiça por essa morte. "Em fevereiro, o julgamento foi adiado pela quarta vez, depois adiado sine die devido 'à impossibilidade de fazer com que o acusado compareça em tribunal'".
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