"Estamos a sair daqui muito tranquilos e muito satisfeitos com os nossos intercâmbios", disse Sall aos jornalistas, no final da reunião em Sochi (sul da Rússia), acrescentando que encontrou Putin "empenhado e consciente de que a crise e as sanções estão a criar graves problemas às economias fracas, tais como as economias africanas".
Os países africanos importaram 44% do seu trigo da Rússia e da Ucrânia, entre 2018 e 2020, de acordo com números das Nações Unidas, e os preços do trigo subiram cerca de 45% como resultado da rutura de abastecimento, de acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
A Rússia, o maior exportador mundial de trigo, exortou o ocidente a levantar as sanções impostas sobre a sua ação militar na Ucrânia, para que os cereais comecem a fluir livremente para os mercados globais.
Enquanto os alimentos e os fertilizantes estão isentos, as sanções têm visado a navegação russa e tornaram as companhias de navegação internacionais relutantes em transportar cargas russas.
Os problemas da cadeia de abastecimento provocados pelos combates na Ucrânia surgem numa altura em que grandes regiões africanas se confrontam com a seca e outros problemas.
O Senegal foi uma das 17 nações africanas que se abstiveram na votação da resolução da ONU que condenava a invasão da Ucrânia.
Macky Sall disse que, durante a reunião de hoje, transmitiu a Putin que muitos países africanos não condenaram a ação da Rússia na Ucrânia, apesar do que descreveu como uma forte pressão para o fazer.
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