Ucrânia. Suíça evoca "neutralidade" e nega pedido para envio de blindados

A Suíça revelou hoje que não irá aceder ao pedido da Dinamarca, que pretendia enviar quase duas dúzias de blindados suíços para a Ucrânia, evocando a sua "neutralidade" que proíbe de exportar equipamento militar para um país em conflito.

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Lusa
03/06/2022 23:18 ‧ 03/06/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O Conselho Federal confirmou hoje esta decisão, que tinha sido divulgada pelos 'media' esta semana, noticiou a agência Associated Press (AP).

O governo suíço anunciou também que permitirá a transferência de alguns equipamentos militares para a Alemanha e o Reino Unido, à medida que estes países repõem os materiais que estão a ceder a Kiev.

Esta última decisão testa a linha ténue que as autoridades suíças estão a trilhar para manter a exigência legal do país de permanecer neutro, conforme estabelecido na Lei de Material de Guerra, que proíbe a transferência de sistemas de armas, munições e outros materiais de guerra fabricados na Suíça para um país envolvido num conflito internacional.

A Dinamarca tinha solicitado que a Suíça transferisse para a Ucrânia 22 veículos blindados de transporte de pessoal Piranha, fabricados na Suíça, que o país nórdico adquiriu e tem armazenados na Alemanha.

Os suíços já tinham rejeitado um pedido alemão para enviar para o país, que enfrenta uma invasão russa, munição 35mm, fabricada na Suíça, para as armas antiaéreas Gepard.

No entanto, as autoridades suíças revelaram que permitirão a exportação de algumas peças para armas antitanque portáteis e componentes de armas antiaéreas procuradas pela Alemanha e Itália.

Embora tenha reconhecido que estas peças podem acabar na Ucrânia, o executivo suíço apontou que as partes em causa representariam menos de metade do valor do armamento total.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas, de acordo com os dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados e de deslocados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou a morte de mais de 4.100 civis e de quase 5.000 feridos na guerra, que hoje assinala o seu 100.º dia, com a organização a admitir, no entanto, que estes números ficam aquém da realidade.

Leia Também: Ex-líder da empresa russa Sibur apresenta queixa contra UE pelas sanções

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