"A possibilidade de chegar a um acordo e retornar ao Plano de Ação Conjunto Global está a diminuir", disse Borrell, que conclui hoje uma visita de três dias à Jordânia.
"Mas ainda podemos alcançá-lo com um esforço extra", acrescentou, numa mensagem divulgada na rede social Twitter, o chefe da diplomacia europeia, que atua como coordenador da UE nas negociações para alcançar um acordo nuclear com Teerão.
O Plano de Acção Conjunto Global é um acordo internacional assinado em 2015 entre Irão, a Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e União Europeia.
O acordo determinou que o Irão eliminaria as suas reservas de urânio enriquecido, eliminaria 98% das suas reservas de urânio enriquecido e não construiria centrais especializadas em energia nuclear.
Em 2018, o então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump retirou unilateralmente o país do acordo e restabeleceu sanções contra o Irão, o que levou Teerão a libertar-se gradualmente das restrições com que tinha concordado em 2015 relativamente às suas atividades nucleares.
Os diplomatas retomaram as negociações em novembro passado, já com os Estados Unidos sob presidência de Joe Biden, embora este país continue a participar apenas indiretamente.
No entanto, as conversações estão paralisadas desde meados de março, após quase um ano de discussões e quando parecia que o acordo estava concluído.
"Como coordenador, estou pronto para, a qualquer momento, facilitar uma solução para as últimas questões pendentes", indicou Borrell.
O alto representante da União Europeia para a Política Externa já tinha pedido, em ocasiões anteriores, para que o diálogo seja retomado, mas o Irão insiste que, para isso, os Estados Unidos têm de suspender as sanções que pesam sobre a Guarda Revolucionária, algo que Washington não se mostra disposto a fazer.
A situação ficou mais tensa no início desta semana, quando a Agência Internacional de Energia Atómica, que pertence ao universo da ONU, alertou que o Irão continuava a enriquecer urânio, incluindo material com um nível de pureza próximo do necessário para fabricar armas atómicas.
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