A onda de tiroteios continua nos Estados Unidos e, depois dos massacres em Buffalo e na escola primária de Uvalde, nos quais morreram onze pessoas e 22, respetivamente, o primeiro fim de semana de junho ficou marcado por mais 12 mortes em incidentes violentos.
Segundo os dados da NBC, entre sexta-feira e domingo, um total de 12 pessoas morreram e 38 ficaram feridas, sendo que cada tiroteio envolve, pelo menos, disparos contra quatro pessoas.
O pior crime do fim de semana ocorreu em Filadélfia, onde morreram três pessoas e 12 ficaram feridas num tiroteio no meio do centro da cidade, onde se encontram a maioria dos estabelecimentos de entretenimento.
Já no Tennessee, a vila de Chattanooga assistiu ao segundo tiroteio seguido ao longo dos últimos dois fins de semana - desta vez, duas pessoas morreram e 12 ficaram feridas à porta de uma discoteca.
Foram também registados tiroteios em massa na Califórnia, no Michigan, no Arizona (2) e na Geórgia.
O número de mortos este fim de semana supera o do fim de semana anterior, no qual morreram nove pessoas e mais de 60 ficaram feridas em tiroteios em massa.
O elevado número de tiroteios mantém aceso o debate em torno da compra e porte de armas nos Estados Unidos da América - um debate que voltou depois de Salvador Ramos, que fez 18 anos há menos de um mês, ter comprado duas armas semiautomáticas e disparado sobre um escola, matando 19 crianças e dois professores.
Os democratas, liderados pelo presidente norte-americano Joe Biden, têm pedido mais legislação para controlar a compra de armas de fogo no país. No entanto, os republicanos continuam a defender a posição minoritária de permitir o acesso facilitado ao porte de armas, citando o direito à defesa pessoal armada segundo a 2.ª Emenda da Constituição.
Apesar de terem a maioria na Câmara dos Representantes e no Senado, a maioria simples não chega para os democratas avançarem com a legislação pretendida, já que o Senado obriga a uma maioria de 60 votos para ultrapassar a ferramenta legislativa conhecida como 'filibuster'.
Menos de uma semana depois do segundo pior tiroteio numa escola norte-americana, os republicanos tornaram a defender o porte de armas na convenção anual da maior associação pró-armas. Nos discursos, o antigo presidente Donald Trump e, mais notoriamente, o senador Ted Cruz pediram mais armas nas escolas, para os professores e para as autoridades, procurando também mudar o foco da proteção nas escolas para as portas dos edifícios.
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