Professor critica polícia de Uvalde. "Tinham colete. Eu não tinha nada"

Um professor da escola primária Robb criticou, durante o programa 'Good Morning America', a atuação da polícia no dia do tiroteio no qual morreram 21 pessoas, entre as quais 19 crianças.

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Teresa Banha
07/06/2022 18:54 ‧ 07/06/2022 por Teresa Banha

Mundo

Tiroteios EUA

Um professor da escola primária Robb, em Uvalde, no Texas, criticou, esta terça-feira, a atuação da polícia durante o tiroteio neste estabelecimento, a 24 de maio, levado a cabo por um jovem de 18 anos.

Arnulfo Reyes confessou que se sentiu "abandonado" pelos agentes, que demoraram mais de uma hora a entrar na escola e a travar Salvador Ramos, que matou 21 pessoas, entre as quais 19 crianças.

De acordo com o professor, os agentes deveriam tê-lo protegido a ele, assim como a todas as crianças. "Depois de tudo, o que me deixa mais zangado é que vocês tinham um colete à prova de bala e eu não. Eu não tinha nada", afirmou, durante uma entrevista ao programa 'Good Morning America', dirigindo-se à polícia, que está a ser criticada e investigada.

"É suposto servirem e protegerem. Não há desculpa alguma para o que fizeram, e nunca os vou perdoar", garantiu o homem, que ainda está no hospital, a recuperar de ferimentos causados pelo atirador, que o terá atingido duas vezes. 

O entrevistado contou ainda que, à semelhança do que aconteceu com outros professores, tentou proteger os seus alunos, pedindo-lhes que se colocassem debaixo das secretárias, como se estivessem a dormir. "Dou por mim a pensar: Esta família perdeu uma criança, aquela perdeu outra. Eu perdi 11 naquele dia", afirmou.

Entre os polícias terem conhecimento de que estava um suspeito armado na escola até matarem Salvador Ramos passou mais do que uma hora. A polícia chegou mesmo a receber chamadas de alunos que, dentro das salas de aulas, telefonavam e pediam para que eles atuassem.

No entanto, a polícia de Uvalde terá classificado a situação como um sujeito barricado, o que significa que a sua atuação não justificava a entrada no local. O chefe da polícia local, que não estava no estabelecimento, admitiu poucos dias depois que a situação foi mal classificada.

O educador contou ainda que esse era um dia que seria "bom porque era o dia de entrega dos prémios", que se realiza no final do ano escolar. Reyes disse que, depois da cerimónia, alguns alunos foram para casa, enquanto todos outros 11 escolheram ficar no estabelecimento. Todos os alunos que escolheram ficar morreram no tiroteio, de acordo com o que contou ao programa televisivo. 

Desde 24 de maio, os Estados Unidos têm sido palco de muitas manifestações contra o uso de armas e acesso facilitado. Todos os dias são registados tiroteios pelo país, e, de acordo com o Gun Violence Archive, desde o início do ano, mais de 17 mil pessoas morreram devido ao uso de armas no país

Leia Também: Dois mortos num tiroteio em supermercado na Alemanha

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