O filho de uma das vítimas mortais do tiroteio em Buffalo, no qual morreram dez pessoas, testemunhou, esta terça-feira, no Capitólio. Este é um dos primeiros relatos que serão ouvidos esta semana - entre hoje e manhã - pelo governo norte-americano, por forma a ser examinado o impacto da violência com recurso a armas de fogo no país.
Ruth Whitfield, de 86 anos, foi uma das vítimas mortais do massacre que ocorreu numa loja em Buffalo, estado de Nova Iorque. O atirador, que, segundo fontes contaram à Associated Press, entrou com equipamento militar e colete à prova de bala, matou, no total, dez pessoas afro-americanas.
No Congresso norte-americano, Garnell Whitfield desafiou os legisladores a fazerem alguma coisa contra "o cancro que é a supremacia branca".
"O que estão a fazer?", questionou o homem, dirigindo-se aos membros do Comité Judiciário do Senado. "Foram eleitos para nos proteger", referiu, sugerindo que, se não conseguissem, deviam desistir dos seus cargos.
"Não há nada que estejam dispostos a fazer para parar o cancro da supremacia branca e o terrorismo doméstico que esta inspira?", questionou. "Se não houver nada que estejam dispostos a fazer, com todo o respeito, senadores... Deveriam desistir dos vossos cargos de autoridade e influência para que outros que estejam dispostos a fazer alguma coisa os possam ocupar", rematou.
"A vida minha mãe importava", disse o familiar, acrescentando: "As vossas ações vão dizer-nos se e quanto [estas vidas] importam para vocês".
Na quarta-feira, o Congresso deverá ouvir mais familiares de vítimas de tiroteios, e também Miah Cerrillo, a estudante fingiu estar morta espalhando o sangue dos colegas para se proteger, na escola primária Robb, em Uvalde, no Texas.
Os senadores democratas e republicanos têm-se reunido por forma a chegarem a um acordo sobre uma lei que possa proteger os cidadãos deste tipo de violência. De acordo com a Associated Press, esta lei estará mais focada em focar-se em mudanças políticas, reforços para melhorar a segurança nas escolas e também com o fornecimento de serviços de saúde, ao invés da total proibição de armas.
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