Pressionado para apoiar guerra, rabino-chefe de Moscovo abandona Rússia
Goldschmidt terá voado para a Hungria duas semanas após o início da invasão, a 24 de fevereiro, angariando dinheiro para apoiar os refugiados na Europa, antes de seguir para Israel.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Pinchas Goldschmidt, o rabino-chefe de Moscovo, abandonou a Rússia devido à pressão sentida para apoiar a invasão russa da Ucrânia, avançou uma fonte familiar, citada pela Reuters, na terça-feira.
Nascido na Suíça, o responsável assume o cargo de rabino-chefe de Moscovo desde 1993, liderando também a Conferência de Rabis Europeus.
"Finalmente posso partilhar que os meus sogros, o rabino-chefe de Moscovo Pinchas Goldschmidt e Rebbetzin Dara Goldschmidt, foram pressionados pelas autoridades para apoiar a ‘operação especial’ na Ucrânia — e recusaram", revelou Avital Chizhik-Goldschmidt, jornalista em Nova Iorque, numa publicação na rede social Twitter.
Can finally share that my in-laws, Moscow Chief Rabbi @PinchasRabbi & Rebbetzin Dara Goldschmidt, have been put under pressure by authorities to publicly support the 'special operation' in Ukraine — and refused. pic.twitter.com/Gy7zgI3YkJ
— Avital Chizhik-Goldschmidt (@avitalrachel) June 7, 2022
Segundo a mesma fonte, Goldschmidt voou para a Hungria duas semanas após o início da invasão, a 24 de fevereiro, tendo angariado dinheiro para apoiar os refugiados na Europa, antes de seguir para Israel.
As organizações judaicas na Rússia têm sido mais críticas da guerra na Ucrânia do que outros grupos religiosos, entre eles a Igreja Ortodoxa, que apoiou a chamada 'operação especial'.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou ainda a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados daquela entidade.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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