EUA. 100 milhões de dólares para formação médica na América Latina

Os Estados Unidos anunciaram hoje um investimento de 100 milhões de dólares (93 milhões de euros) para formar meio milhão de profissionais de saúde na América Latina, iniciativa que surge em plena Cimeira das Américas, a decorrer esta semana.

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© Alex Pena/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
08/06/2022 15:18 ‧ 08/06/2022 por Lusa

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Este anúncio acontece no mesmo dia em que a participação do Presidente norte-americano, Joe Biden, é aguardada na cimeira, que está a acontecer em Los Angeles, com o objetivo de tentar reconquistar uma região onde a influência da China tem vindo a crescer.

Em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os Estados Unidos da América (EUA) vão apostar na criação de um "Corpo de Saúde das Américas", um projeto que proporcionará formação básica e especializada a 500 mil profissionais de saúde em saúde pública, ciências da saúde e em medicina em toda a região, num prazo de cinco anos.

A medida faz parte do "plano de ação sobre saúde e resiliência das Américas", para preparar futuras crises pandémicas e emergências sanitárias, que se espera aplicar por completo até 2030, adiantou a Presidência norte-americana.

Segundo a administração norte-americana, a pandemia de covid-19 mostrou "as muitas falhas" dos sistemas de saúde globais e sublinhou "a importância de sistemas de saúde fortes e resistentes para todas as pessoas".

Entre as medidas, salienta-se a ampliação da prestação de serviços e cuidados de saúde a "populações remotas, vulneráveis e marginalizadas".

De acordo com a Casa Branca, a OPAS vai também associar-se a instituições académicas dos EUA e de outras regiões do continente americano para modernizar e ampliar os programas de formação existentes.

Esta formação em saúde custará 100 milhões de dólares (93 milhões de euros) aos EUA, que serão pagos conjuntamente com a OPAS.

A covid-19 e a ameaça de novas variantes serão temas que deverão ser abordados por Biden durante as suas intervenções no evento, depois do Governo norte-americano se ter comprometido a pôr fim à "fase aguda" da pandemia através de melhorias no serviço de saúde do país e de apoios para a recuperação do continente americano.

Os Estados Unidos, segundo a Casa Branca, já doaram mais de 65 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a países da América Latina e das Caraíbas.

Este investimento faz parte da missão norte-americana em reconquistar uma área em que a influência chinesa tem vindo a crescer, depois de a China ter apostado no rápido fornecimento de vacinas desde o início da pandemia à América Latina, segundo referem as agências internacionais.

Na terça-feira, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, tinha anunciado também apoios do setor privado, num total de 1,9 mil milhões de dólares (1,77 mil milhões de euros), para apoiar a criação de emprego na América Central e desencorajar a partida de migrantes para o território norte-americano.

O arranque da Cimeira das Américas, que começou na segunda-feira e vai decorrer até sexta-feira, foi marcado pelo boicote do Presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, que anunciou que não iria participar no evento devido à exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua pelos anfitriões EUA.

Lançada em 1994 em Miami pelo então Presidente Bill Clinton, a Cimeira das Américas foi criada com o intuito de alcançar um amplo acordo de liberalização do comércio regional.

Este ano, temas como crescimento económico, alterações climáticas, pandemia de covid-19 e a crise migratória estarão na agenda dos líderes políticos.

Leia Também: Tesouro dos EUA proíbe americanos de comprar ações e títulos russos

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