Este apoio eleva para 700 milhões de euros o financiamento total da ajuda humanitária da UE à Ucrânia em resposta à invasão pela Rússia, dos quais 13 milhões de euros dedicados a projetos na vizinha Moldávia.
O executivo comunitário anunciou também hoje um acordo de contribuição no valor de sete milhões de euros com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para fornecer saúde mental e apoio psicossocial a pessoas em fuga da Ucrânia.
Relativamente à nova ajuda humanitária de 205 milhões de euros, a Comissão justifica-a com o facto de "as necessidades humanitárias na Ucrânia subirem para níveis sem precedentes" desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, apontando que, "de acordo com as Nações Unidas, até 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária".
"Durante mais de 100 dias, temos testemunhado sofrimento desnecessário e inúmeras violações do direito humanitário internacional. Neste momento de crise, o nosso dever é estar ao lado dos mais vulneráveis. Respondemos rapidamente, aumentando consideravelmente a nossa presença na Ucrânia. Com este financiamento os nossos parceiros humanitários estão a fornecer alimentos, água, cuidados de saúde, abrigo, proteção e assistência monetária", disse o comissário europeu da Gestão de Crises.
Janez Lenarcic, que visita hoje a Ucrânia para se encontrar com organizações humanitárias e funcionários governamentais ucranianos para ajudar a coordenar a resposta da UE à crise no terreno, sublinhou a importância de "trabalhar em estreita colaboração com as autoridades ucranianas para assegurar que a assistência prestada pelos Estados-membros da UE esteja alinhada com as necessidades em constante evolução".
Adiantou que através do Mecanismo de Proteção Civil da UE o bloco tem ajudado a salvar vidas de ucranianos e que os 27 estão "empenhados em apoiar a Ucrânia o tempo que for necessário".
Segundo o executivo comunitário, a guerra na Ucrânia já obrigou mais de 14 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, das quais quase sete milhões atravessaram a fronteira para os países vizinhos, estimando-se que mais de oito milhões de pessoas estejam deslocadas internamente.
Por outro lado, cerca de 13 milhões de pessoas estão retidas nas áreas afetadas, quer por não desejarem sair, quer porque não o conseguem fazer devido a ações militares.
Relativamente ao apoio psicológico a cidadãos ucranianos que fogem da guerra, a Comissão indica que o acordo hoje anunciado "visa apoiar os refugiados que tenham sofrido graves problemas de saúde mental e traumas psicológicos, fornecendo primeiros socorros e avaliação psicológica, bem como apoio psicossocial a longo prazo, nas suas próprias línguas".
O contrato, financiado pelo programa «EU4Health», abrange ações para reforçar as capacidades do pessoal e dos voluntários da Cruz Vermelha, dos socorristas de primeira linha e de outros profissionais em cinco países da UE (Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia, República Checa) e terá uma duração de 24 meses.
Leia Também: Ucrânia. OMS pede 140 milhões para ajudar a reconstruir saúde do país