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De visita surpresa, Johnson reforça compromisso para com a Ucrânia

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De visita a Kyiv pela segunda vez, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sublinhou, esta sexta-feira, que o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não atingiu os objetivos definidos para a invasão da Ucrânia e que, na verdade, todos têm fracassado. Apontou, além disso, a pressão sob a qual as tropas russas se encontram devido às baixas significativas, antes de reforçar o seu apoio para com a Ucrânia.

"Faremos tudo o que conseguirmos para fortalecer as sanções aplicadas à Rússia", garantiu, numa conferência de imprensa junto do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Naquela que foi uma visita surpresa, o responsável considerou ser completamente aceitável que a Ucrânia continue a pedir apoio financeiro e de armamento, acusando também o chefe de Estado russo de privar o mundo de alimentos, usando, por isso, a fome como uma arma de guerra.

O primeiro-ministro britânico revelou, além disso, estar a planear o lançamento de um programa de formação para soldados ucranianos, que terá potencial para treinar até 10 mil soldados a cada 120 dias, de modo a ajudar a Ucrânia na resistência às forças russas, avançou a Sky News.

As tropas ucranianas, por sua vez, serão treinadas fora do país, caso a oferta seja aceite.

Na ótica de Johnson, este plano poderá "mudar o rumo desta guerra", complementando que, dois meses após a sua última visita a Kyiv, a 9 de abril, "a garra, a determinação e a resiliência da Ucrânia estão mais fortes do que nunca", e que "essa determinação inquebrável sobreviverá por muito tempo às vãs ambições do presidente [Vladimir] Putin".

Com este programa de formação militar, o responsável reforçou que será possível "fazer aquilo que os ucranianos desejam: expulsar o agressor".

"Trabalharemos juntos, com os nossos parceiros, para reconstruir o vosso fantástico país; para o benefício da Ucrânia e de toda a economia mundial", rematou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A ONU confirmou ainda que 4.452 civis morreram e 5.531 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

A invasão russa - justificada pelo presidente russo pela necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

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