Brasil. Vice-presidente diz que comerciante poderá ter matado ativista

O vice-presidente do Brasil disse hoje que o autor moral do assassinato do ativista indígena Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na floresta da Amazónia, deverá ser um "comerciante local".

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Notícias ao Minuto
20/06/2022 16:45 ‧ 20/06/2022 por Notícias ao Minuto

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"Não sei se existe uma mente mestra. Se existe um patrão, é um comerciante da área que estaria a sentir-se prejudicado principalmente pela ação de Bruno e não de Dom. Dom entrou nessa história sem pensar. Foram danos colaterais", assegurou Hamilton Mourão, com algumas críticas que lembram as já feitas pelo Presidente, Jair Bolsonaro.

"Aqueles que mataram eles provavelmente são ribeirinhos, pessoas que vivem lá na beira do rio, digamos, para ter acesso a melhores condições de vida. Vivem da pesca (...). Esse é o tipo de vida dessas pessoas. Eles vivem em comunidades onde não há energia elétrica 24 horas por dia, que dependem de um gerador (...) É uma vida difícil", disse o vice-presidente brasileiro ao jornal O Globo.

Segundo Hamilton Mourão, Bruno Pereira e Dom Phillips, poderiam ter sido mortos no domingo, quando "o grupo bebe, se embriaga", traçando, assim, paralelos com os homicídios que ocorrem durante os fins de semana nas periferias das grandes cidades "fruto" da bebida.

"Na minha opinião, deve ter acontecido no domingo, no domingo o grupo bebe, fica bêbado, a mesma coisa que acontece aqui na periferia das grandes cidades, esfaqueando, baleando, das formas mais covardes, geralmente como resultado de quê? Beber. Então a mesma coisa deve ter acontecido lá", afirmou o vice-presidente do Brasil.

Os corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips foram encontrados uma semana depois de ter sido dado a conhecer o seu desaparecimento, em 05 de junho, na região do Vale do Javari, uma das maiores terras indígenas do Brasil, localizada no extremo oeste do estado do Amazonas. Na sexta-feira, foi confirmada a identidade dos seus restos mortais.

No âmbito das investigações, a Polícia Federal explicou que os principais suspeitos agiram sozinhos, afastando assim a possibilidade de que poderia haver um "autor intelectual ou organização criminosa por trás do crime".

No entanto, o caso continua em aberto e as autoridades não descartam a possibilidade de prenderem mais pessoas.

A área em que o ativista e o jornalista desapareceram é conhecida por ser uma das mais inacessíveis da região, abrigando a maior concentração de povos indígenas isolados, mas sendo também palco de uma das maiores rotas de droga do Peru que depois é distribuída para a Europa, como outras matérias-primas extraídas ilegalmente na Amazónia, como madeira e ouro.

Leia Também: Amazónia. Ativista já tinha revelado que estava a receber ameaças

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