Seis congressistas republicanos pediram indultos após ataque ao Capitólio

Ex-assessores de Donald Trump na Casa Branca revelaram que seis republicanos da Câmara dos Representantes pediram indultos presidenciais após a invasão do Capitólio, revelou a comissão de investigação numa audiência onde expôs as pressões do ex-presidente sobre a Justiça.

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Lusa
23/06/2022 23:49 ‧ 23/06/2022 por Lusa

Mundo

Ataque ao Capitólio

 

A quinta audiência pública do mês, da comissão de investigação responsável por investigar o ataque ao Capitólio, ocorrido em 06 de janeiro, por apoiantes do ex-presidente, procurou chamar a atenção para um "período de turbulência" do Departamento de Justiça, quando o republicano, nos seus últimos dias no cargo, procurou 'vergar' aquele órgão que há muitos anos defende a sua independência da Casa Branca.

No final da audiência, que decorreu esta quinta-feira, o painel de investigação reproduziu novos detalhes sobre o envolvimento de congressistas nos esforços do magnata para pressionar o Departamento de Justiça a investigar as alegações de fraude eleitoral.

Segundo os assessores que testemunharam, pediram indultos presidenciais Scott Perry (Pensilvânia), Matt Gaetz (Florida), Mo Brooks (Alabama), Louie Gohmert (Texas), Andy Biggs (Arizona) e Marjorie Taylor Greene (Georgia), noticiou o 'site' de notícias Axios.

Mo Brooks enviou um email à Casa Branca a pedir "perdões gerais [para todos os propósitos]" para si mesmo, Matt Gaetz e os 147 membros e senadores republicanos do Congresso que votaram contra a certificação eleitoral do Arizona e da Pensilvânia, de acordo com o deputado Adam Kinzinger (Illinois).

Cassidy Hutchinson, que serviu como assessora do chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, testemunhou ao painel que ouviu pessoalmente de Biggs e Gohmert o pedido.

Hutchinson também disse que ouviu que Greene procurou o escritório do advogado da Casa Branca para pedir o indulto.

A ex-assessora acrescentou que o congressista Jim Jordan (Ohio) "falou sobre (...) perdões, mas nunca pediu um".

Segundo o ex-advogado da Casa Branca, Eric Herschmann, que prestou depoimento à porta fechada, o tom geral era que todos podiam ser processados por defenderem as posições do presidente sobre as alegações de fraude eleitoral.

"A única razão que conheço para pedir perdão é porque você acha que cometeu um crime", atirou Adam Kinzinger, republicano, que testemunhou na audiência.

Os depoimentos procuraram mostrar que Trump não usou apenas os assessores externos para divulgar as alegações infundadas de fraude eleitoral, mas também tentou utilizar os poderes das agências do poder executivo federal.

Entre as testemunhas esteve Jeffrey Rosen, que era procurador-geral interino durante o ataque ao Capitólio dos EUA, e que teve um tenso confronto na Sala Oval, onde Trump sugeriu substituí-lo por um funcionário de nível inferior, Jeffrey Clark, que pretendia defender as alegações de fraude eleitoral.

Este esquema de Trump foi uma "tentativa descarada" de usar o Departamento de Justiça em seu próprio benefício político, defendeu Bennie Thompson, democrata e presidente do painel de investigação.

"Donald Trump não queria apenas que o Departamento de Justiça investigasse. Queria que o Departamento de Justiça ajudasse a legitimar as suas mentiras, considerando, basicamente, a eleição corrupta" e nomeando um procurador especial, explicou Bennie Thompson.

De resto, o republicano Scott Perry, um dos que pediu o indulto, foi um defensor da nomeação de Jeffrey Clark como procurador-geral interino, segundo noticia ainda o Axios.

Na semana passada, o painel já tinha apresentado declarações em vídeo do ex-procurador-geral William Barr, que criticou as alegações de fraude de Trump e renunciou depois de não ter conseguido convencer o então presidente.

A sessão de quinta-feira concentrou-se, então, no que aconteceu a seguir, quando Rosen, vice de Barr, assumiu o Departamento de Justiça e se viu imediatamente cercado pelas exigências de ação de Trump.

Esta foi a quinta audiência do mês organizada pelo comissão de investigação, que tem apresentado argumentos para mostrar ao público norte-americano que os esforços de Trump para evitar a sua derrota levaram diretamente à violência no Capitólio.

O ataque mortal ao Capitólio dos Estados Unidos ocorreu após alegações infundadas por parte de Donald Trump acerca de fraude eleitoral e do magnata ter apelado a uma multidão de apoiantes para que impedissem a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

Leia Também: Pressões de Trump expostas em audiência sobre ataque ao Capitólio

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