Relação da Aliança com Rússia no nível mais baixo desde a Guerra Fria

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reconheceu hoje que a relação da Aliança Atlântica com a Rússia "está no seu nível mais baixo desde o final da Guerra Fria", responsabilizando Moscovo por essa deterioração.

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Lusa
29/06/2022 19:01 ‧ 29/06/2022 por Lusa

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Ucrânia/Rússia

"A NATO tentou estabelecer uma boa relação com a Rússia durante décadas: estabelecemos o Conselho NATO-Rússia, o Ato Fundador NATO-Rússia, convidámos a Rússia para participar em várias atividades e, no Conceito Estratégico aprovado em 2010, afirmámos que a Rússia era um 'parceiro estratégico'. Foi a Rússia que se afastou desta tentativa de estabelecer mais confiança, mais parcerias e de trabalhar em conjunto de maneira mais próxima", afirmou o secretário-geral da NATO.

Jens Stoltenberg falava em conferência de imprensa após a segunda sessão de trabalhos da cimeira de líderes da NATO, que decorre em Madrid, e que contou com a participação de vários parceiros da Aliança, como a Geórgia, a Austrália, Coreia do Sul ou países da União Europeia que não pertencem à Aliança, como a Áustria ou a Irlanda.

O secretário-geral da Aliança Atlântica defendeu que, nos últimos anos, Moscovo tem manifestado um "padrão de comportamentos" que tornou "impossível" manter o "tipo de parceria com a Rússia" que tinha sido trabalhado nos últimos anos, elencando ações como a "utilização de força militar contra a Geórgia em 2008", a anexação da Crimeia em 2014 ou o "uso força no leste do Donbass a partir de 2014".

"A nossa relação com a Rússia está no seu mais baixo nível desde o final da Guerra Fria, mas não há dúvida nenhuma de que a responsabilidade por isso recai sobre a Rússia", declarou.

Sobre a guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, Stoltenberg afirmou que a NATO se tinha "preparado para essa possibilidade há muito tempo", com base em relatórios de informação que "previam, muito precisamente, que a Rússia estava a juntar tropas e a preparar-se para invadir a Ucrânia".

"Não é como se a NATO tivesse acordado de repente a 24 de fevereiro e percebido que a Rússia era perigosa. Esta invasão foi prevista, de maneira muito precisa, pelos nossos serviços de informações. (...) Claro que trabalhámos de maneira árdua até ao fim para evitar que isso acontecesse -- encontrámo-nos com a Rússia e procurámos colaborar -- mas eles mantiveram os seus planos e invadiram a Ucrânia", referiu.

Stoltenberg sublinhou que a NATO está disposta a "colaborar" com países que não partilham os seus valores e que as parcerias que estabelece não são "fechadas".

"Mas, ao mesmo tempo, não podemos ser ingénuos no que toca à Rússia: eles usam a força e o Presidente [russo, Vladimir] Putin tentou estabelecer uma esfera de influência e controlar o que os países à volta podem ou não fazer", indicou.

O secretário-geral referiu assim que a Aliança deve "dar apoio a esses parceiros que estão sob ataque da Rússia", enquanto, simultaneamente, se assegura "de que não há nenhum risco de ação militar russa contra qualquer país da NATO"

"Por isso é que estamos a aumentar a nossa presença militar no Leste" da Europa, frisou.

[Notícia atualizada às 19h22]

Leia Também: NATO. Biden considera essencial cooperação com Japão e Coreia do Sul

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