"Vemos uma parceria estratégica cada vez mais profunda entre Moscovo e Pequim. E a crescente afirmação da China e as suas políticas coercivas têm consequências para a segurança dos Aliados e dos nossos parceiros", afirmou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), numa conferência de imprensa em Madrid, onde está a decorrer a cimeira da Aliança Atlântica.
Pela primeira vez, os parceiros da NATO na região do indo-pacífico estiveram numa cimeira da organização e reuniram-se esta tarde com os países da aliança militar.
Jens Stoltenberg, que falava no final da reunião, acrescentou que a China está a reforçar os seus meios militares, incluindo com armas nucleares, "intimidando países vizinhos e ameaçando Taiwan".
Além disso, Pequim investe em "infraestruturas críticas" de outros países, monitoriza e controla a sua própria população "através de tecnologia avançada" e "divulga mentiras e desinformação russas", acrescentou.
"A China não é nossa adversária, mas temos de ter noção dos sérios desafios que representa", afirmou Stoltenberg, para justificar o reforço da cooperação com os parceiros da Ásia e Pacífico.
Esse reforço abrange áreas como a ciberdefesa, novas tecnologias, segurança marítima, alterações climáticas e combate à desinformação, segundo o dirigente da NATO.
Falando ainda sobre a cooperação com países parceiros da NATO, Stoltenberg sublinhou que nesta cimeira foi aprovado um novo pacote de ajuda integral à Ucrânia, atacada pela Rússia desde fevereiro, assim como ajudas para países em risco de serem também eles atacados por Moscovo (Geórgia, Moldova e Bósnia).
Stoltenberg adiantou que hoje à noite haverá ainda uma reunião com a Jordânia e a Mauritânia e que a NATO reafirma a sua "determinação em continuar a responder aos desafios oriundos do sul, incluindo do Sahel".
Neste contexto, disse que foi hoje aprovado pela NATO o primeiro pacote de ajuda à Mauritânia para desenvolvimento de capacidades de Defesa, atendendo a preocupações relacionadas com a segurança das fronteiras, imigração ilegal ou terrorismo.
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