Ketanji Brown Jackson tomou posse, esta quinta-feira, como juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos (EUA). Este é um marco na História do país, uma vez que Jackson é a primeira mulher afro-americana a assumir o cargo.
A responsável substitui Stephen Breyer, nomeado em 1994 pelo então presidente dos EUA, Bill Clinton. A substituição decorre na sequência da reforma do juiz, de 83 anos. A responsável faz agora parte do leque de decisores com mais poder no país e que, nas últimas semanas, têm estado 'na mira' pela reversão do direito ao acesso ao aborto no país. Sublinhe-se que Stepehen Breyer foi um dos responsáveis que se demarcou desta decisão, que tem sido criticada não só nacionalmente, como também pela comunidade internacional.
"Com todo o coração, aceito esta responsabilidade de apoiar e defender a Constituição dos Estados Unidos e de administrar justiça sem medo ou favorecimentos", declarou a nova representante do Supremo estadunidense, em comunicado, citado pela Associated Press. Esta instância passa a ter quatro mulheres, uma composição inédita desde que o tribunal foi criado em 1789
Após a nomeação de Biden, em abril, o Senado decidiu a favor de Jackson no Supremo Tribunal por uma maioria de 53 contra 47 votos. A nova juíza entra numa altura em que o ano judicial do tribunal está completo até à reabertura do novo ano, depois do verão, embora o seu trabalho comece de imediato.
Para além do retrocesso no acesso ao aborto a nível nacional, cabendo agora aos representantes dos estados norte-americanos decidirem se permitem ou não esta intervenção, também os planos para o combate às alterações climáticas delineados por Joe Biden são agora postos em causa - esta quinta-feira, Agência de Proteção Ambiental dos EUA perdeu parte do seu poder de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, situação que acontece devido a uma decisão tomada pelo Supremo Tribunal.
Durante esta semana, a instituição voltou a diluir a separação entre Estado e Igreja, ao aprovar o financiamento privado em escolas públicas que promovam religião (mesmo que as mesmas escolhas limitem os direitos da comunidade LGBTI+ ou que impeçam manuais antirracistas) e ao permitir que um treinador de futebol americano numa escola no estado de Washington peça aos jogadores para rezarem uma oração cristã depois dos jogos. A decisão foi criticada por vários progressistas, nomeadamente pela comunidade islâmica, que questionou se o tratamento seria semelhante caso a oração pedida fosse noutra religião.
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