"No Kremlin e no sistema penitenciário há gente divertidamente astuta. Acreditam que são os reis do engano. Não me deixam ligar nem à minha esposa nem à minha mãe", afirmou em mensagem publicada na sua conta na rede social Telegram.
Navalny, que está a cumprir sentença no centro penitenciário n.º 6 de Melekhovo, na região de Vladimir, a este de Moscovo, contrapôs que "todos os outros presos podem telefonar aos familiares regularmente, mas a mim não me deixam".
Navalny, de 46 anos, explicou que a tática reside em organizar o horário da chamada telefónica de tal forma que lhe seja impossível fazê-la.
"Por exemplo retêm o advogado cinco horas à entrada da prisão, e pouco tempo depois dizem-me 'É a sua vez de fazer um telefonema. Pode faltar à reunião com o advogado', detalhou, realçando que o obrigam a escolher entre falar com os seus representantes jurídicos ou a família.
Pelo visto, ironizou, "esta é uma operação carcerária especial", aludindo à forma como Putin designou a invasão da Ucrânia, uma 'operação militar especial', a qual critica constantemente.
O opositor recordou que muitos outros e também dissidentes soviéticos tinham sofrido a mesma experiência nas prisões da URSS, mas assinalou que agora "sente-se o apoio dos que estão livres".
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